Chama a atenção, entre outros itens, o pão folha integral para confecção de sanduíche tipo wrap. São 50 pacotes de 330 gr comprados por R$ 872,50, “industrializado, formato arredondado, achatado, leve, maleável. Produto de cor clara, sabor suave e fina espessura. É isento de gordura trans” e deve ser de fabricação própria. Curioso é fato de que todas as características são iguais, inclusive o pacote de 330 gr, ao pão folha de uma determinada marca popular. A Presidência da República comprou cada pacote por R$17,45 enquanto o da marca popular é vendido por apenas R$7,69 para qualquer pessoa. Não deveria ser mais barato já que é comprado em grande quantidade? Ou tem a desculpa de ser de fabricação própria? De qualquer forma é bom lembrar que todas as compras foram feitas através de pregão.
Considerando-se a quantidade, o estoque está garantido para uma temporada e a qualidade dos produtos justifica a bronca da presidente afastada, Dilma Rousseff, com a suspensão do seu cartão de suprimento. São produtos sem gordura trans para não comprometer o colesterol dos servidores, mandatários e convidados, mas com muito carboidrato para aqueles que pretendem ficar em forma.
No caso de abuso na comilança, o pessoal da Presidência da República pode pedir emprestadas as novas cadeirinhas de rapel compradas para o 4º Batalhão de Infantaria de Selva e assegurar a prática de um esporte radical nas cachoeiras mais próximas de Brasília. O Comando de Fronteira Acre gastou R$ 5.576,10 com a compra de 35 cadeirinhas para escalada\rapel, pretas, com certificação UIAA (Union International des Associations d’Alpinisme), ajustável na cintura e nas pernas, costura com padrão eletrônico de qualidade (eln), super looping mínimo de 25kn, com fivela duralumínio na cintura e nas pernas, quatro racks porta equipamentos semirígidos, em poliuretano, suporte das pernas em elástico e estofamento em tecido transpirável. Só não dá para entender porque 34 cadeirinhas custaram R$ 160,40 cada e apenas uma, idêntica, comprada separadamente, mas no mesmo dia, foi mais barata – custou R$ 122,50. Todas foram vendidas pela Sea&Náutica Ltda., de Belo Horizonte (MG).
Se nada der certo com o atual governo e a opção for realizar eleições gerais, o TSE já está garantindo, visando às eleições municipais, 415.157 bobinas de papel para as impressoras das urnas eletrônicas. A compra, resultado de pregão, é na empresa paulista Silfer Comércio Indústria Exportação Artefatos Papéis e vai custar nada mais, nada menos do que R$ 2,6 milhões. Sim, eleições num país com mais de 140 milhões de eleitores custam caro e esse valor é só para comprar bobinas de papel! Da mesma forma, o TSE já encomendou a reposição de diversas peças das urnas por R$ 253.428,23 na Procomp Indústria Eletrônica Ltda., também de São Paulo. Em tempos de crise, melhor mesmo consertar do que comprar máquinas novas. Quem sabe essas compras ainda poderão assegurar as eleições gerais, tão sonhadas por muitos?
Em todos os casos e se for necessário, a Presidência da República já comprou cordas, plástico bolha e extensor elástico para carga por R$ 1.131,38 numa empresa da Ceilândia (DF), chamada Licitop Comércio e Serviço Ltda. Talvez seja material suficiente, para fazer a provável mudança definitiva da presidente afastada e/ou do atual titular da Casa, Michel Temer. E que não seja um empreiteiro quem vai pagar o transporte da mudança.
Confira aqui as notas de empenho da semana!
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