Na noite de amanhã ou quinta-feira, bem cedo, irá repetir-se o episódio? Vinte anos atrás as manifestações populares de apoio ao afastamento do presidente foram por ele enfrentadas com altivez, seguindo-se depois a posse de Itamar Franco, cujo curto pronunciamento foi marcado pela esperança de que os benefícios da civilização e da cultura viessem a se estender a todos os brasileiros.
O senador encarregado de participar a Dilma o seu afastamento temporário cumprirá a obrigação em escassos momentos, mas Madame, como receberá o comunicado? Imagina-se que cercada pelo seu gabinete pessoal, mas jamais com o ministério ao lado. A maioria dos ministros escafedeu-se, fugindo da solidariedade necessária. Muitos estarão presentes na posse imediata de Michel Temer, de olho na composição do novo ministério.
Como à ainda presidente se destinará o palácio da Alvorada para o interregno, a pequena distância com o palácio do Planalto não se cumprirá pelo ar. Pequena caravana de limusines cobrirá o percurso, isso se a comunicação não acontecer na própria residência oficial.
Dois momentos constrangedores, de significado comum, mas o de agora vazio de conteúdo. A História só se repete como farsa. Assim como se previa que Collor não voltaria após os 180 dias de suspensão, da mesma forma se imagina que Madame não retornará. As causas são as mesmas: arrogância no desempenho das funções, presunção, truculência e falta de cuidados para com o Congresso, além de acusações de irregularidades no exercício do poder.
A partir de quinta-feira, começam as diferenças. Michel Temer ainda oscila entre as decisões a tomar. Hesita quanto a formar um ministério de notáveis e um bando de urubus impostos pelos partidos sequiosos de usufruir o poder.
Nenhum comentário:
Postar um comentário