terça-feira, 26 de abril de 2016

Republiqueta do cuspe

O país que se vangloria de ser democrático está dando exemplos de que. aqui, a democracia não aceita divergências, foge à discussão. Como numa boa republiqueta de alpacas, a questão é discutida no berro, definida na palavra de ordem e finalizada na cuspidela.

Por mais deplorável e condenável que seja Jair Bolsonaro (PP) dedicar seu voto democrático a um torturador da ditadura - e merece só por isso a rejeição em massa do país -, nem assim a cusparada de Jean Wyllys (Psol) merece isenção.

Aceitar os contrários, ainda mais no plenário de uma Câmara, é lição de democracia assistida ao vivo no país. Não merece ser emporcalhada pela exaltação em defesa do pensamento nem muito menos servir de modelo para outras atitudes de desrespeito ao contrário. 


A cena mais nojenta do cúmulo da intolerância, no entanto, foi protagonizada no sábado. O ator José de Abreu, ferrenho garoto propaganda petista, resolveu adotar a cusparada como argumento. Numa discussão em um restaurante com um casal, cuspiu nos dois e ainda por cima, contido por segurança da casa, chamou para a briga o marido. A valentia foi também auto-vangloriada em rede social.

Não foi a melhor representação do ator, mas decididamente foi a mais deplorável manifestação política de José de Abreu. Usar cuspe como argumento talvez sirva aos animais como alpacas e lhamas, não é decididamente gesto de um ator ou de qualquer outro profissional. Mas expressa bem o caráter do cuspidor se é que haja caráter aí.

A atitude tem muito a dizer sobre o PT, criador das palavras de ordem e fundador dos "soldados" e dos exércitos mercenários de pobres. Há uma valentia petista que incentiva a porradaria para discutir problemas, Mas agora surgiu uma nova modalidade dos valentes tipo alpaca. Em ambos os casos, os partidários não admitem debate democrático ou livre expressão.

Não é de hoje esse autoritarismo nos gestos petistas. Bem sabem muitos que foram indiciados por calúnia e difamação apenas por expressarem opiniões contrárias ao credo petista, sem contar os que sofreram pressão dos "soldados". Nada tão diferente de regimes totalitários, que recorreram até a alcaguetes para impor seu credo. E para difamar, abusar do anonimato, se esconder nas redes sociais atrás de pseudônimos, o Brasil não é nada santificado. A canalha não tem nacionalidade, mas esbanja canalhice.

Como o ator que correu às redes sociais para vangloriar-se da valentia, os petistas costumam bancar os valentões e correrem para as saias da mamãe, sejam estas a Justiça, a honestidade, ou agora a cusparada. Eles sempre são "inocentes" nos crimes, porque os criminosos, segundo o evangelho petista, são as vítimas. Se vangloriam das benesses que prodigalizam aos pobres como benção de todo crime que praticam. Por isso, cospem.

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