Também pudera! Não dava mesmo para esperar resultado diferente. Sofrimento era e sempre foi inevitável. Dizem que dois erros não fazem um acerto. Verdade. Conjuntos incontáveis de erros convidam desastres. E desastre parece ser nossa vocação.
Houve época que a gente confundiu desmatamento com progresso. Conquistar a floresta para subjuga-la era quase missão civilizatória, talvez até vista como divina. Deu no que deu. Florestas eliminadas, falta de agua, mudança climática, desertificação e provavelmente um monte de outras coisas que não consigo ou não sei.
Já achamos que fumaça era progresso. Em todo o canto, chaminé de fabrica era motivo de orgulho. Sem considerar em momento algum, como reduzir a poluição do ar. E, consequentemente, condenando gerações a respirar ar sujo.
Assistimos ao extermínio (ou tentativa de) da escola publica. Já faz muito tempo, os pais não querem seus filhos matriculados nelas. E também faz tempo que a escola publica piora. Culpar o governante de plantão é fácil (embora parcialmente verdadeira). O difícil é reconhecer que a melhoria da escola publica depende do envolvimento da sociedade e, em especial, dos pais. Culpa de todos, portanto.
Na saúde, a mesma coisa. Faz tempo que piora. Tanto tempo, tantas décadas de piora na qualidade, acesso e disponibilidade da saúde pública não da para ser culpa exclusiva do governo da vez. Requer considerável parcela de alienação, desinteresse e apatia da população. Quem pode, prefere pagar saúde privada. Melhorar a saúde publica não parece prioridade da população. Se fosse, alguma coisa já teria melhorado.
Ninguém gosta de impostos. Sejamos francos. Mas eles são necessários. Desde que gastos pelas razoes e da maneira certa. Mas a carga tributaria continua aumentando e os serviços piorando e diminuindo. Orçamento é considerado tema sem interesse para a população em geral. É razoável esperar melhorias na politica publica se a população não se interessa em como o dinheiro publico esta sendo gasto?
Democracia é bom. Votar é bom. É a oportunidade de escolher lideres corrigir rumos, navegar na direção certa. Mas, para funcionar, democracia exige muita coisa. Controle permanente. Envolvimento. Discussão. Negociação. Pactuar objetivos e métodos. Dá trabalho, enfim.
No final, a qualidade dos lideres eleitos refletem as exigências e o controle que a população exerce sobre eles. E isto tudo, gera os resultados colhidos no tempo.
Também, pudera!
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