segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Metade das espécies de árvores da Amazônia pode estar ameaçada


Metade de todas as espécies de árvores da região amazônica pode estar ameaçada, o que aumentaria em mais de um quinto o número de espécies de plantas em risco no mundo. A conclusão, publicada na revista Science Advances, é de um grupo com 158 pesquisadores de 21 países, liderados por Hans ter Steege, do Museu de História Natural de Leiden, na Holanda.

No estudo, os cientistas usaram dados de mais de 1.500 levantamentos sobre a floresta amazônica. Dessa forma, eles puderam determinar como o desmatamento tem afetado, desde 1900, o número de árvores de cerca de 15 mil espécies. A equipe também estimou os efeitos do desmatamento até 2050.

Os resultados foram, então, comparados com os critérios da Lista Vermelha da União Mundial para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), que faz um inventário de espécies em risco. O resultado mostra que de 36% a 57% de todas as espécies da região amazônica podem ser tidas, mundialmente, como ameaçadas. Entre elas, há espécies como a castanheira-do-Brasil, que chega a 50 metros de altura, e o cacaueiro.

Os pesquisadores ressaltam que os resultados não são o suficiente para a criação de uma Lista Vermelha completa das árvores da Amazônia. Para isso, cada uma das espécies deveria ser individualmente examinada pela IUCN. No entanto, as descobertas reforçaram a extensão e urgência dessa tarefa.

No Brasil, a cobertura florestal tem diminuído há décadas, mas existe pouca informação sobre a quantidade de espécies de árvores afetadas. "Não estamos dizendo que a situação na região amazônica se deteriorou de repente", explica o co-autor da pesquisa Nigel Pitman, do Museu Field de História Natural, em Chicago. "Fornecemos uma nova estimativa de como as árvores foram afetadas pelo desmatamento no passado e serão no futuro."

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