Já com 2016 a nos olhar na cara, parece que nada mudou, nada muda, ou nunca mudará. Esta parece ser uma nação que vive do passado. Ou melhor, dos erros passados. Feita de gente muito competente em reclamar dos problemas. Em justificar sua existência. E em eximir-se da responsabilidade de corrigi-los.
Sonho é aquilo passível de ser atingido. É o objetivo pelo qual vale a pena dedicar a existência, total ou parcialmente. É inevitável perceber que faz tempo que este país não projeta. Não planeja. Não olha para o futuro. Não sonha. Não constrói.
Em pouco menos de 2 meses, o país vai virar mais um ano. Queimar um punhado de fogos. Receber com alegria falsa ou verdadeira, a mudança de ano. Neste momento, será possível olhar para trás e contemplar mais um ano desperdiçado.
2015 tem sido, de fato, tempo do nada. Onde gente capaz de tudo contribuiu com absolutamente nada. Uma nação inteira passou o ano imobilizada. Paralisada por dúvidas sobre suas certezas. Exaustivamente discutindo o inútil. Presenciando o incrível. Tolerando o inaceitável.
Não será um ano que não terminou. Será ano que sequer começou. E que talvez não tenha nem acontecido. Em janeiro último, 2015 poderia ter sido tudo. Em novembro, já dá para perceber que nada foi tudo o que o que 2015 deu.
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