Está se deteriorando a bondade brasileira. De quinze em quinze minutos, aumenta o desgaste da nossa delicadezaNelson Rodrigues
Como muita gente foi às ruas, a acuada Dilma soltou os cachorros no Planalto. Miguel Rosseto, da Secretaria-Geral, e José Eduardo Cardozo, da Justiça, foram os porta-vozes da nova mudança do governo debaixo de um panelaço homérico na noite de domingo. Protagonizaram mais um espetáculo hilário de conflitos. Cardozo saiu com mais diálogo; Rosseto, como adestrado petista, viu insultos ao governo, “golpismo” e outras tralhas que detestam ver na mão da democracia e as quais propriedade do PT.
Depois de 12 anos de governo, enfim vão adotar medidas contra a corrupção e a reforma política, uma carta que acena em toda crise como um lençol branco pedindo paz. Os ministros pretenderam empurrar novamente com a barriga, porque o pacote anticorrupção já foi anunciado desde 2013, inspiração de Pai Santana, como a reforma fora do Congresso, e não sai do gabinete. Era projeto de Lula quando se anunciava o líder de um governo ético.
Apesar de quase 2 milhões nas ruas, sem bolsa passeata, em pleno domingo, o governo de Dilma continua a se mostrar vesgo por conveniência e conivência. Como Dilma poderá enxergar que a maracutaia corre solta e toda a base a apoio, inclusive ministros, estão sob o martelo da Justiça?
Empurrar com a barriga crises política, econômica e moral para se sustentar num cargo, fazendo o diabo, é também levar para o buraco um país.
As ruas deram um recado e o Planalto continua se fazendo de surdo com a máscara de sempre. Até quando, as ruas podem dizer.
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