A esquerda democrática, representada entre outros por partidos como o PPS, PSB e PV, comprometida com o Estado de Direito e com os valores republicanos, não deve cair na esparrela petista. Deve conduzir de forma cautelosa a discussão sobre o escândalo da Petrobras e o impeachment.
Sua orientação deve ser a de que as instituições democráticas funcionem livre e plenamente, sem qualquer pressão indevida, como aquela patrocinada pelos advogados de vários réus com o objetivo de que o Ministério da Justiça, ao qual está subordinada a Polícia Federal, ponha obstáculo às investigações.
Por ora, a esquerda democrática deve mobilizar a sociedade civil para pressionar um correto funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito a ser instalada no Congresso Nacional e cumprir sua obrigação de investigar a fundo o grau de responsabilidade de todos os envolvidos, entre eles diretores da Petrobras, ministros e a própria presidente, além de parlamentares citados nos depoimentos dos delatores. Uma vez cumprido este passo, só então a esquerda democrática deve discutir a responsabilização a partir dos fatos apurados.
Concomitantemente, a esquerda democrática deve agir no sentido de que as investigações tenham o curso legal nas esferas do Ministério Público e do Poder Judiciário para a devida responsabilização criminal.
Com a discussão sobre o impeachment neste momento, os dirigentes do PT pretendem também pautar o debate na sociedade com objetivos diversionistas. Pretendem tirar o foco da grave crise econômica e social que afeta o povo brasileiro. O governismo tenta esconder que o atual ajuste fiscal joga a conta da crise sobre os ombros dos assalariados, com medidas restritivas de direitos trabalhistas e de arrocho, como a não correção pela inflação da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física. Esta é a realidade.
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