A eleição presidencial deu um susto no PT. Não esperava que
Marina Silva se tornasse cabeça de chapa e obtivesse votação mais expressiva do
que em 2010. E muito menos que ela, derrotada, apoiasse Aécio.
Não esperava que Aécio fosse um concorrente tão ameaçador. E
muito menos que o PMDB entrasse rachado na campanha, com Hartung, do Espírito
Santo, e Sartori, do Rio Grande do Sul, como cabos eleitorais do PSDB.
Assustou-o também a divulgação das denúncias de corrupção na
Petrobras em plena disputa do segundo turno. Sorte que o adversário também tem
telhado de vidro...
Lula conclamou, em São Paulo, a militância a ir de casa em
casa. Que militância? Além de ver reduzida, pelas urnas, sua bancada de
senadores e deputados federais, o PT já não conta com aquela aguerrida
militância voluntária das décadas de 80 e 90.
Agora, tudo depende de marketing e de muito dinheiro
investido por pessoas jurídicas que, a partir de hoje, começam a cobrar a
fatura.
A presidente Dilma sabe que tem pela frente uma espinhosa
tarefa: cumprir o que prometeu e costurar o tecido da governabilidade em um
Congresso tão esgarçado em partidecos, e desprovido de lideranças ética e
politicamente consistentes em sua base de apoio.
O PMDB, rachado quase ao meio, usará todo o seu poder de
pressão para ditar a pauta do governo. O PSDB, com apoio do DEM e do que resta
do PSB, tentará consolidar uma oposição ferrenha, acirrada pela frustração de
ter sentido o aroma do banquete ao qual foi desconvidado pelo resultado das
urnas.
O PT enfrenta, agora, o desafio de governar melhor do que já
fez até aqui e tentar resgatar o que, no passado, lhe imprimiu tanta
credibilidade: o capital ético, a organização política dos setores populares e
o compromisso de promover reformas estruturais.
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