"Ordinariamente todos os ministros são inteligentes, escrevem
bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são
excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade,
nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o
estadista. É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos
políticos. Política de acaso, política de compadrio, política de expediente.
País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por
especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será
possível conservar a sua independência?"
Eça de Queiroz (1845-1900), em O Distrito de Évora em
1867
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