Matéria no Jornal “The Guardian” cita que, em 1982, depois de assistir cenas do bombardeio de Beirute, o presidente Ronald Reagan, dos Estados Unidos, ligou para o primeiro-ministro Menachem Begin, de Israel, e disse: “Isto é um Holocausto”. Duas horas depois, segundo o jornal, o bombardeio estava suspenso. Do ponto de vista histórico, Reagan, tanto quanto Lula, podem ter exagerado na dose, não na essência política.
Há quatro meses, o governo de Benjamin Netanyahu despreza estatísticas e imagens que mostram a mortalidade e a destruição em Gaza. Arrogantemente ignoraria fala do Lula repetindo a condenação ao Hamas e alertando para a tragedia humanitária dos constantes bombardeios, invasão e assassinatos de civis, crianças, mulheres.
Ao forçar a dose, por descuido linguístico ou por cálculo político, Lula conseguiu incomodar o governo Netanyahu, chamar a atenção para o fato de que a brutalidade militar pode ser comparada a gestos cometidos pelos nazistas. O presidente acertaria plenamente se comparasse o tratamento aos palestinos em Gaza com o tratamento dado nos guetos aos judeus pelos nazistas. Mas esta comparação não incomodaria ao governo de Israel. Foi ao criticar de forma tão enfática que Lula conseguiu abalar a arrogância e a prepotência desumana do senhor Netanyahu.
Há quatro meses, o governo de Benjamin Netanyahu despreza estatísticas e imagens que mostram a mortalidade e a destruição em Gaza. Arrogantemente ignoraria fala do Lula repetindo a condenação ao Hamas e alertando para a tragedia humanitária dos constantes bombardeios, invasão e assassinatos de civis, crianças, mulheres.
Ao forçar a dose, por descuido linguístico ou por cálculo político, Lula conseguiu incomodar o governo Netanyahu, chamar a atenção para o fato de que a brutalidade militar pode ser comparada a gestos cometidos pelos nazistas. O presidente acertaria plenamente se comparasse o tratamento aos palestinos em Gaza com o tratamento dado nos guetos aos judeus pelos nazistas. Mas esta comparação não incomodaria ao governo de Israel. Foi ao criticar de forma tão enfática que Lula conseguiu abalar a arrogância e a prepotência desumana do senhor Netanyahu.
Como político, Lula explicitou mais uma vez sua repulsa ao terrorismo do Hamas, e carimbou enfaticamente o que o atual governo de Israel está promovendo sobre a população de Gaza. Na essência, chamou atenção ao fato de que os métodos usados pelo governo Netanyahu para impor sofrimento imposto ao povo palestino tem semelhança com alguns usados pelos nazistas contra o povo judeu.
O que é feito em Gaza não deve ser comparado filosófica e historicamente com a totalidade do holocausto, mas pode ser comparado politicamente com operações do nazismo, tal como seus guetos contra judeus e o bombardeio contra todos os habitantes de Lídice, na Tchecoslováquia. Lula não negou o holocausto, não acusou o povo de Israel, apenas comparou os atos de Netanyahu, cujo governo foi salvo pelo Hamas, com atos do nazismo. Nisto ele não errou. Seria um erro responsabilizar Israel, ainda mais aos judeus, como também seria errado responsabilizar aos alemães pelos crimes de Hitler, ou aos brasileiros pelos crimes dos ditadores. Os crimes de Hitler foram de Hitler, os de Netanyahu são de Netanyahu. Por isto, tratar o Lula e todos que o apoiam neste momento como antissemita é uma manipulação.
A declaração do presidente Lula citando o holocausto deveria servir de alerta aos que justificam a morte de milhares de crianças, a fome, o desespero. Por pior que sejam os gestos israelenses em Gaza, nada deve nos fazer cair no antissemitismo, da mesma maneira que por pior que fossem os gestos terroristas palestinos em Israel, nada deve justificar o massacre do povo em Gaza, executado por um governo que não teria sobrevivido sem o brutal ato terrorista do Hamas, matando e sequestrando. Lula verbalizou isto ao denunciar o terrorismo do Hamas e o barbarismo não menor do governo de Israel usando e degradando a imagem moral e a credibilidade técnica das Forças Armadas de Israel, tão admiradas no passado.
A corajosa declaração de Lula deixa-o ao lado dos humanistas contra a desumanidade. Mais sintonizado com os grandes pensadores judeus, do que estão os fundamentalistas do atual governo de Israel.
No futuro, quando forem escritos livros e feitos documentários cinematográficos sobre esta guerra, a fala de Lula prevalecerá como a voz que não silenciou e incomodou Netanyahu, ao usar palavra forte para despertar aqueles que a arrogância cegou e ensurdeceu. Lula, fez o mesmo que Reagan 40 anos atrás, pena que o Brasil não tem a força dos Estados Unidos, nem o governo Netanyahu a solidez do governo Begin. Sua fala não tem a força para parar a guerra, mas dará uma contribuição para isto, ao ter abalado a arrogância fria e desumana do governo de Israel.
Lula ficará na história como quem estava do lado certo, Netanyahu como quem estava do lado errado por ter traído a história do pensamento humanista dos judeus e permitido que o mundo, não apenas o presidente Lula, compare seus gestos com gestos do maldito governo nazista.
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