A palavra subversão já foi mais bem cotada na tropa. No dia 13 de março de 1964, uma multidão diante do antigo Ministério da Guerra, na avenida Presidente Vargas, no Rio, exigia que o presidente da República, João Goulart, desse um golpe preventivo contra as forças que, todos sabiam, se aglutinavam para derrubá-lo. Os generais de então viram naquele apelo uma "subversão da ordem" e derrubaram Goulart.
Hoje, os subversivos usam o sinal trocado, mas a soma é igual: a subversão da ordem democrática, pregada diante de prédios militares. A diferença é que, para as atuais Forças Armadas, isso não é mais subversão, mas "liberdade de expressão".
Para os fardados de 1964, os subversivos eram financiados por Moscou. Em 2022, Moscou tem mais o que fazer do que financiar subversões no Brasil. E nem os atuais subversivos precisam de apoio externo — são bancados por brasileiros mesmo, como empresários do agro e do tiro, pastores, políticos e policiais, que lhes fornecem segurança, transporte, comida, água, abrigo, bandeiras e as frases, inclusive em inglês, para as faixas que eles desfraldam em praças e estradas.
E, quem sabe, uma diária para fazê-los expressar com mais fervor essa liberdade que soa como música para os militares.
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