quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Golpe bolsonarista foi desmoralizado por um meme

Nas 45 horas de silêncio à nação depois da derrota nas eleições, Bolsonaro conversou reservadamente com militares, pedindo informações sobre o processo de auditoria nas urnas eletrônicas conduzido pelo Ministério da Defesa. Buscava solidariedade para contestar o resultado, mas não conseguiu.

Optou então pelo discurso covarde. Não reconheceu a vitória de Lula. Ao contrário, incentivou o por ele já esperado surto golpista que havia tomado as ruas. Decidiu passar os últimos dias na Presidência como o chefe da arruaça, valendo-se de extremistas de direita, membros de grupos armamentistas, tolos, lunáticos — e sobretudo de quem os financia. Uma minoria de inconformados "patriotas" e fascistas que, não se iludam, veio para ficar e perturbar o cenário político do país.


Primeiro foram os bloqueios de estradas nas barbas da PRF, atrasando viagens e o envio aos hospitais de remédios, oxigênio e órgãos para transplante (lembram, na pandemia, quando os bolsonaristas exigiam o direito de ir e vir?). Depois os atos antidemocráticos em frente aos quartéis, com cartazes de "intervenção federal", seja lá o que eles entendam por isso. Em seguida, o assédio e a ameaça aos trabalhadores, com a hashtag #DemitaUmPetista. Por último, a convocação de uma "greve geral contra o comunismo", façanha capaz de ressuscitar Marx e Engels.

Ao apostar na baderna, Bolsonaro quer mostrar alguma força de reação para negociar seu futuro, quando terá de enfrentar o STF, o TSE e a Justiça de primeira instância. Mas o tiro, mais uma vez, está lhe saindo pela culatra. É tudo tão ridículo e doentio, tão desconectado da realidade, que até os eleitores antipetistas estão se virando contra o capitão.

Nos registros da história, este ficará conhecido como o golpe que foi desmoralizado por um meme: a imagem real do homem de boné e camiseta verde e amarela agarrado à cabine de um caminhão em movimento.

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