Fez isso outro dia ao analisar o fuzilamento na Amazônia do jornalista britânico Dom Philips, que acompanhava o indigenista Bruno Pereira: "Deve ter sido um comerciante da área, que se sentiu prejudicado pela ação do Bruno. O Dom entrou de gaiato nessa história". A mesma Amazônia em chamas aos olhos do mundo já rendeu a Mourão esta frase: "Agosto, setembro e outubro são meses de seca e queimada. É igual ao 7 de Setembro, tem todo ano". E quando lhe perguntaram sobre a apuração dos crimes de tortura na ditadura: "Apurar o quê? Os caras já morreram tudo, pô! Vai trazer os caras do túmulo de volta?".
Mourão acha tudo muito natural. Nada o perturba. Parafraseando Nelson Rodrigues, se um dia lhe servirem ensopado de ratazana ao jantar, ele levará o guardanapo ao pescoço e apenas pedirá à pessoa ao lado que lhe passe o sal. Mas, ao definir o assassinato de Marcelo de Arruda, superou a si mesmo.
Como ele sabe, Bolsonaro está dividindo de propósito o país e armando seus seguidores para eternizá-lo no poder. Mas, com a facilidade com que se compram armas hoje no Brasil, quem impedirá que seus adversários também se armem e partam para o confronto? O nome disso, pelos compêndios, é guerra civil.
Para o brejeiro Mourão, no entanto, guerra civil deve ser só uma grande briga de bêbados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário