Foi assim com o cigarro e tem sido o mesmo com a queima de combustíveis fósseis e dos processos em curso de degradação do solo, dos mares e dos humanos. Para olhar à frente convém também mirar o retrovisor.
Desde 1985, o espelho d’água dos rios e lagos no Brasil encolheu 18%, e as causas dessa desidratação seguem atuantes. Durante a grave seca e incêndios recordes ocorridos no Pantanal em 2020 morreram estimados 17 milhões de vertebrados. Muitas cobras foram queimadas, abrindo espaço para que as espécies das quais elas se alimentam deixem de ter predadores, gerando potenciais desequilíbrios adicionais. O ano de 2021 foi o quarto, dos últimos cinco, em que as perdas por desastres “naturais” superaram os US$ 100 bilhões, isso sem contar as 800 mil pessoas desalojadas no Sudão do Sul e outros eventos nos países pobres, nos quais é difícil atribuir valor monetário às perdas. Ao fim do verão de 2021, o gelo no Ártico ocupava uma área 25% MENOR que a média de 1980-2010; a área perdida equivale à do estado do Amazonas. Desde a revolução industrial, o nível médio do mar subiu 20cm e sua acidez, 40%, e a temperatura média do planeta subiu 1,10C, e tudo indica que subirá bem mais nos próximos anos.
As previsões são no sentido de que todos esses problemas serão agravados nos próximos anos, a menos que aconteçam mudanças profundas no nosso modo de vida, incluindo nos sonhos que sonhamos.
Reverter a degradação dos biomas é desafio urgente e essencial para possibilitar retirar cerca de quatro bilhões de pessoas da situação degradada em que se encontram: sem água, sem saneamento, sem comida regular, rodeados de lixo, expostos ao sol e à chuva, com renda inferior a US$ 5,00/dia; mais de cem milhões de brasileiros vivem com menos de R$15,00 por dia!
É gigantesco o desafio de superar essas duas degradações, que são interligadas. Muitos dos caminhos a trilhar nesse sentido são conhecidos. Se não temos todas as respostas, há que buscá-las mas, aqui no Patropi, esses temas não são colocados na agenda política e a coisa segue como se não rumássemos para o brejo…
Mantido o rumo atual, o inevitável agravamento da degradação ambiental fará piorar a condição humana. A maioria dos nossos filhos e netos hoje com menos de dez anos de idade provavelmente estará viva em 2100. Se não olharmos para a frente e tomarmos providências, como estará o mundo então? Que vida viverão?
Algum dos candidatos a altos cargos nesta república já se manifestou sobre esses assuntos, já indicou o que pretende fazer, se eleito?
Nenhum comentário:
Postar um comentário