Há uma lei, com que concordo, segundo a qual induzir alguém ao suicídio é crime. Mas duvido que se aplique a um colunista de província que recomenda isso ao homem mais poderoso do mundo e a um sujeito eleito com 57 milhões de votos. Imagine Trump e Bolsonaro, mesmo por um segundo, avaliando minha sugestão! A ideia era deliciosa, mas nunca esperei que a seguissem. A Casa Branca, claro, me ignorou, mas o dito ministro, atracado aos baixos meridianos do chefe, ameaçou uma investigação. Os anais da lei ainda tentam descobrir como se investiga uma opinião.
Se induzir uma pessoa ao suicídio é crime, eu me pergunto como Jair Bolsonaro responderá um dia à acusação de induzir o povo brasileiro ao suicídio em massa, estimulando-o a aglomerar-se em multidões, sem máscara, desprezar a vacina e, depois de contraída a Covid, tratar-se com xaropes e cloroquinas, sabe-se agora, letais.
E não responderá sozinho. Para implantar tal política suicida, Bolsonaro escora-se em médicos que põem a ideologia acima da ciência, no "seu" Exército e, hoje, num juiz do STF. Como explicar que as maiores taxas de contágio do vírus no país estejam justamente nos municípios e regiões que mais votaram em Bolsonaro?
Ao fazer com que seus seguidores se exponham a tal risco, é como se Bolsonaro lhes dissesse: "Todos vamos morrer. Aproveitem e matem-se por mim".
Nenhum comentário:
Postar um comentário