sexta-feira, 23 de abril de 2021

Bolsonaro tentou surfar em ações ambientais do PT e mentiu sobre o que tem feito

O presidente Jair Bolsonaro desafinou na reunião de cúpula. Em vez de falar do futuro, falou do passado. Curioso também é que ele elogiou o Brasil por ter reduzido o desmatamento, mas isso foi feito nos governos petistas. Os 7.8 bilhões de toneladas a menos emitidos - que ele citou - foram conquistas dos ministros nos governos do PT, Marina Silva, Carlos Minc e Izabella Teixeira que derrubaram o desmatamento entre 2004 a 2012, de 27 mil km2 até 4,5 mil kms. Ele, Bolsonaro, só fez aumentar. Para 10 mil quilômetros quadrados em 2019 e 11 mil no ano passado.

A única meta que ele melhorou foi a de longo prazo. Antecipou a neutralidade de carbono de 2060 para 2050. Nas metas de curto prazo, repetiu o que havia sido prometido pelo governo Dilma no Acordo de Paris.



Ele isentou o país. Disse que historicamente o Brasil não tem culpa já que emitiu apenas 1% das emissões de carbono na atmosfera. O tom dele desafinou porque os outros países falaram do futuro, e contaram o que podem fazer a partir de agora. Vários mudaram as metas do curto prazo. Ele, ao olhar pelo espelho retrovisor, culpou as grandes potências pelo estoque de carbono na atmosfera. O que é verdade mas eles mesmos reconhecem. E para elogiar o Brasil falou dos feitos dos governos petistas.

Sobre o seu governo, Bolsonaro mentiu. Ele disse que fortaleceu os órgãos de controle. Ele os enfraqueceu. Bolsonaro chegou a dizer que aumentou o orçamento desses órgãos de controle e o Ibama está sendo estrangulado financeiramente e impedido de agir. Então é mentira o que disse na reunião de cúpula.

Bolsonaro não fez o pedido direto de mais dinheiro. Felizmente recuou porque seria um mico internacional. Falou indiretamente que precisa de apoio financeiro imediato.

Quando se compara Bolsonaro com Bolsonaro houve um avanço porque ele já foi muito pior do que pareceu nesse discurso. Ele chegou a dizer na ONU que toda essa discussão de redução do desmatamento era complô de países competidores do Brasil no agronegócio.

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