A despeito do esforço de algumas autoridades de Brasília, entre elas o próprio Jair Bolsonaro, para transformar frustração em sucesso, as duas rodadas de leilões de petróleo realizadas na semana passada revelaram-se frustrantes. Inaugrou-se um debate sobre o modelo dos leilões. As regras, de fato, afugentaram as grandes petroleiras internacionais. Mas elas talvez não expliquem tudo.
Arrisca-se a peder a riqueza da discussão quem não levar em conta os efeitos da instabilidade política sobre o ânimo do capital. No momento, o Brasil é presidido por um ex-deputado que não dispõe de uma relação azeitada com o Congresso. O presidente briga com a maior rede de TV do país. Ele despreza o meio ambiente. Tem três filhos encrenqueiros. E briga com a vizinha Argentina, terceira maior parceira comercial do Brasil.
Submetido a esse cenário tóxico, o investidor estrangeiro observa os primeiros movimentos de Lula fora da cadeia, olha ao redor e constata o seguinte: Os discursos políticos tornaram-se radioativos. As ruas voltaram a balbuciar críticas à Suprema Corte e ao Congresso. Súbito, o investidor conclui: É melhor aplicar dinheiro no inferno do que no Brasil.
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