Antes de se associar a Bolsonaro, o PSL não existia. Sua microbancada de dois deputados era um asterisco sujo. Compôs a milícia parlamentar de Eduardo Cunha. Acompanhou o ex-presidemte corrupto da Câmara até a beirada do precipício. Depois da cassação do mandato de Cunha, o próprio Luciano Bivar assumiu uma cadeira de deputado como suplente. Com três representantes, o PSL integrou-se à bancada dos coveiros, ajudando a enterrar na Câmara as denúncias criminais contra Michel Temer.
Foi esse partido que Bolsonaro escolheu para apresentar ao eleitorado brasileiro o teatro da nova política. Dono do PSL, Luciano Bivar comportou-se como homem de negócios. Terceirizou o partido a Bolsonaro durante a campanha, com o compromisso de reassumir depois da eleição. Bivar passou o comando a Gustavo Bebianno, na época homem de confiança do candidato. Consumado o êxito, ele voltou a administrar o empreendimento. Daí o conflito.
Costuma-se dizer que o noticiário político deveria sair na seção de polícia. No caso do PSL, o caderno de economia talvez fosse a melhor opção. Hoje, o partido atua no ramo cítrico. Dedica-se à produção de laranjas. E enfrenta uma disputa societária. Julgando-se responsável pelo salto nos lucros, Bolsonaro não se conforma em exercer papel secundário na distribuição dos dividendos. Nessa briga, o brasileiro entra com o bolso, pois o PSL, como os demais partidos, é 100% financiado pelo déficit público.
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