Perdemos a capacidade de indignar-nos. De contrário o mundo não estaria como está
José Saramago
A jovem paga ingresso para chorar diante da obra do artista internacional. E diante da câmera de tevê ainda mostra sua emoção, sincera.
Mas quem chorará por ela que derrama lágrimas e muita emoção em frente à arte e nenhum chisco turva seus olhos quando passa ao lado das realidades urbanas das crianças esmolando, dos velhos mendigos tentando se proteger do frio em mantas esfarrapadas? De joelhos, chorará diante do cadáver fuzilado pela bala perdida?
A realidade não mais emociona em choro e revolta em gritos. Está-se pagando para ter a emoção provocada pela arte, ou pela mídia. A realidade passa a ser apenas um modelo invisível do cotidiano de quem tem olhos para coisas mais importantes que a indignação.
Mas quem chorará por ela que derrama lágrimas e muita emoção em frente à arte e nenhum chisco turva seus olhos quando passa ao lado das realidades urbanas das crianças esmolando, dos velhos mendigos tentando se proteger do frio em mantas esfarrapadas? De joelhos, chorará diante do cadáver fuzilado pela bala perdida?
A realidade não mais emociona em choro e revolta em gritos. Está-se pagando para ter a emoção provocada pela arte, ou pela mídia. A realidade passa a ser apenas um modelo invisível do cotidiano de quem tem olhos para coisas mais importantes que a indignação.
Luiz Gadelha
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