Só em 2023, no começo do governo seguinte ao do presidente Jair Bolsonaro, as contas primárias ficarão de novo no azul, disse o especialista à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE). Contas primárias são calculadas sem os encargos financeiros.
Portanto, só em 2023, de acordo com a projeção, o governo terá algum dinheiro para pagar pelo menos uma parte dos juros vencidos. Até lá, nem isso. Enquanto a mera operação do governo consumir mais que o valor arrecadado, será preciso rolar os juros, além do principal, e assim a dívida bruta continuará em crescimento.
A dívida bruta do setor público já superou 77% do Produto Interno Bruto (PIB) e é maior, proporcionalmente, que a da maior parte dos países, desenvolvidos e em desenvolvimento. Em alguns poucos países desenvolvidos o endividamento é superior ao brasileiro, mas suas condições de financiamento são melhores que as do Brasil.
Não se resolverá o problema do déficit primário da noite para o dia com uma bala de prata, resumiu Felipe Salto, afastando claramente a hipótese apresentada durante a campanha eleitoral pelo técnico indicado para o Ministério da Economia, Paulo Guedes. Até agora, lembrou, o controle das contas tem sido realizado basicamente com o corte dos chamados gastos discricionários, como os investimentos.
Para avançar, o novo governo terá de atacar também as despesas obrigatórias. Destas, as mais pesadas são as da Previdência. O sistema é amplamente deficitário e sua situação deverá rapidamente piorar nos próximos anos.
É urgente, portanto, mobilizar forças políticas para aprovar a reforma necessária e corrigir a trajetória desastrosa do sistema de aposentadorias e pensões, observou Felipe Salto. Mas a mudança da Previdência é só uma parte da tarefa. Será preciso rever a política de pessoal e as desonerações tributárias, insistiu o diretor do IFI. Esse órgão técnico assessora o Senado e é constituído segundo um modelo existente em vários países.
Emperrado pelo jogo político, o atual programa de ajustes e reformas pelo menos teve alguns avanços e está voltado para o lado certo. Qualquer desvio poderá ser perigoso. O presidente eleito e sua equipe deveriam dar atenção a advertências formuladas há alguns dias pelo ministro da Fazenda, Eduardo Guardia.
Será um erro, segundo o ministro, repartir com Estados e municípios o valor arrecadado com o leilão de áreas do pré-sal no próximo ano. A iniciativa foi defendida pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira, e o futuro ministro Paulo Guedes disse estar aberto à ideia. Mas o dinheiro será necessário ao governo central, lembrou o ministro da Fazenda. Em 2019, disse Guardia, será preciso um grande esforço para cumprir a regra de ouro, a proibição de endividamento para gastos de custeio.
O ministro também apontou o perigo de distribuir dinheiro a Estados sem o compromisso de ajuste das contas estaduais. As facilidades concedidas a Estados nos últimos anos, lembrou, facilitaram maiores gastos com pessoal. Os comentários de Eduardo Guardia, como os de Felipe Salto, são um saudável apelo ao realismo. Bolsonaro e equipe deveriam ouvir essas vozes.
A dívida bruta do setor público já superou 77% do Produto Interno Bruto (PIB) e é maior, proporcionalmente, que a da maior parte dos países, desenvolvidos e em desenvolvimento. Em alguns poucos países desenvolvidos o endividamento é superior ao brasileiro, mas suas condições de financiamento são melhores que as do Brasil.
Não se resolverá o problema do déficit primário da noite para o dia com uma bala de prata, resumiu Felipe Salto, afastando claramente a hipótese apresentada durante a campanha eleitoral pelo técnico indicado para o Ministério da Economia, Paulo Guedes. Até agora, lembrou, o controle das contas tem sido realizado basicamente com o corte dos chamados gastos discricionários, como os investimentos.
Para avançar, o novo governo terá de atacar também as despesas obrigatórias. Destas, as mais pesadas são as da Previdência. O sistema é amplamente deficitário e sua situação deverá rapidamente piorar nos próximos anos.
É urgente, portanto, mobilizar forças políticas para aprovar a reforma necessária e corrigir a trajetória desastrosa do sistema de aposentadorias e pensões, observou Felipe Salto. Mas a mudança da Previdência é só uma parte da tarefa. Será preciso rever a política de pessoal e as desonerações tributárias, insistiu o diretor do IFI. Esse órgão técnico assessora o Senado e é constituído segundo um modelo existente em vários países.
Emperrado pelo jogo político, o atual programa de ajustes e reformas pelo menos teve alguns avanços e está voltado para o lado certo. Qualquer desvio poderá ser perigoso. O presidente eleito e sua equipe deveriam dar atenção a advertências formuladas há alguns dias pelo ministro da Fazenda, Eduardo Guardia.
Será um erro, segundo o ministro, repartir com Estados e municípios o valor arrecadado com o leilão de áreas do pré-sal no próximo ano. A iniciativa foi defendida pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira, e o futuro ministro Paulo Guedes disse estar aberto à ideia. Mas o dinheiro será necessário ao governo central, lembrou o ministro da Fazenda. Em 2019, disse Guardia, será preciso um grande esforço para cumprir a regra de ouro, a proibição de endividamento para gastos de custeio.
O ministro também apontou o perigo de distribuir dinheiro a Estados sem o compromisso de ajuste das contas estaduais. As facilidades concedidas a Estados nos últimos anos, lembrou, facilitaram maiores gastos com pessoal. Os comentários de Eduardo Guardia, como os de Felipe Salto, são um saudável apelo ao realismo. Bolsonaro e equipe deveriam ouvir essas vozes.
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