De duas, uma. Ou ele não sabia que a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) é ré em um processo trabalhista, ou sabia e não ligou. Se não sabia é porque é mal assessorado. Se sabia e não ligou, é grave.
É possível que seja derrubada a liminar concedida pelo juiz federal Leonardo da Costa Couceiro, da 4ª Vara Federal de Niterói (RJ), que suspendeu a posse de Cristiane como ministra do Trabalho.
Karina foi piedosa. “O fato de uma pessoa ser ré em ação trabalhista não indica que seja inapta para ocupar cargo público”, ela escreveu na decisão eminentemente técnica.
Ana Carolina foi na mesma direção, mas pôs o dedo na ferida. Disse que a lei permite a designação para o cargo de pessoas condenadas em ação trabalhista, “por mais inapropriado que tal possa parecer”.
Leonardo da Costa, que concedeu a liminar, viu no ato de nomeação de Cristiane “flagrante desrespeito à Constituição Federal no que se refere à moralidade administrativa”.
A deputada foi condenada a pagar R$ 60,4 mil por desrespeitar direitos trabalhistas de um funcionário do seu gabinete. Nega-se a fornecer comprovantes de que a dívida está sendo paga.
Recentemente, Temer nomeou o deputado Alexandre Baldy (GO) para comandar o Ministério das Cidades. Baldy participou do esquema dos jogos de azar do ex-bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Não vale a desculpa de que para governar precisa de maioria de votos no Congresso. Não restará ali parlamentares acima de quaisquer suspeitas?
Ou a base de apoio de Temer no Congresso só consegue reunir suspeitos e autores de falcatruas e, por isso, ele é obrigado a recrutá-los para poder governar?
Para quem foi, duas vezes, denunciado por corrupção, isso é péssimo. Para quem parece não estar nem aí para sua imagem pública, é coerente.
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