quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

E isso pode?

Em 9 de junho de 2017, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso afirmou que o Estado brasileiro é “rancoroso e vingativo” e que o frigorífico JBS tenderia a sofrer retaliações após um dos seus sócios, Joesley Batista, haver denunciado o presidente Michel Temer de participação num esquema de corrupção.

De junho de 2017 até hoje os fatos comprovam que Luis Roberto Barroso anteviu e anunciou o que aconteceria e aconteceu mesmo. No início de setembro de 2017, não aguentando a pressão de um “Estado vingativo”, o procurador-geral Rodrigo Janot anulou a imunidade penal que foi negociada por ele aos executivos da JBS. Ao convocar a imprensa para anunciar perda da imunidade penal, Rodrigo Janot disse que obteve gravações que considerou “gravíssimas e que envolveriam o Supremo Tribunal Federal”

Os irmãos Batistas foram presos à jato a pretexto de terem usado informações para se beneficiarem com a compra de dólares e a venda de ações da JBS, aproveitando-se do impacto no mercado provocado por seu acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. Este foi um caso sem precedentes no Brasil. Não se conhece caso parecido, prisão por uso de informações privilegiadas.

0s irmãos Batistas sofreram um ataque de denúncias, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), da Receita Federal, etc..

Só na CVM que a tudo assistiu e deixou o roubo gigantesco ocorresse na Petrobras sem nada ter feito, quando os executivos da JBS denunciaram Michel Temer “acordou” e abriu 13 processos contra o grupo JBS. 13!!!

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Rodrigo Janot agora está as voltas com a PF. Foi chamado para depor em inquérito aberto a pedido da ministra Carmem Lucia. Isso tudo apenas por ter homologado a delação premiada que incriminou o presidente da Republica e fez insinuações contra o STF. Quem duvida que Janot vai de danar? Colocaram a PF no seu pé. Com a policia em seu encalço, tudo indica que Janot não faz parte do club privé os intocáveis que nunca cumprem penas no Brasil

Não vimos até agora nenhuma delação que atinge o judiciário e tem gente querendo denunciar. Regis Fitchner, ex-secretário da Casa Civil de Sergio Cabral, tinha antecipado que pretendia fazer uma delação premiada e “contar casos sobre o Judiciário”. Foi solto num piscar de olhos.

Antonio Palocci, que também negocia uma delação premiada ,que nunca fecha, antecipou que iria delatar o Judiciário e a troca de decisões por promessa de nomeações. Palocci já antecipou que o ex-presidente do STJ Cesar Asfor Rocha recebeu suborno de R$ 5 milhões da construtora Camargo Corrêa para anular a operação Castelo de Areia, uma prévia da Lava Jato. Palocci, como foi publicado, disse que o acerto com Asfor Rocha foi comandado pelo ex-ministro da Justiça de Lula Márcio Thomaz Bastos e incluía também a promessa de apoio para que o então o magistrado fosse indicado para uma vaga no STF. Ao que tudo indica, vai ser difícil fechar essa delação.

Ou seja, Barroso tinha razão: o Estado é vingativo. E isso pode, Arnaldo?

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