domingo, 14 de janeiro de 2018

Corrupção, sistema de governo

Os estrangeiros ficam abismados quando ouvem as notícias sobre a corrupção no Brasil. Seria também para ao menos indignar os daqui. No entanto há a naturalidade da complacência de milhões ainda acreditando na fatalidade brasileira de ser corrupto no DNA. Tudo muito bem regado pelas insistentes teses de que corrupção é um produto autenticamente nacional com selo do Innetro.

Não é. Corruptos, somos todos desde Adão, mas há limite quando se tem moral ou, no máximo, justiça com maiúscula. Sem um pingo de vergonha, o Brasil criou sua institucionalização e exportação, em particular para os vizinhos e até para Cingapura, um dos países com menor índice desse crime. Fez da corrupção moeda nacional com que principalmente governos, políticos e instituições negociam a própria sobrevivência com dinheiro público. Em suma, tornou a criminalidade privilegiada um sistema governamental, o que deixa todo o mundo lá fora de boca aberta. 

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Os níveis da corrupção nacional extrapolaram. Em nenhum país há tanta enraizada principalmente nas instituições públicas. Entra pela portaria e sobe até o gabinete do ministro; frequenta até porão palaciano sob nome falso. E incrivelmente apenas deixa todos atordoados, mas sem reação. 

Não é à toa que em recentes manifestações contra o governo de Macri, em Buenos Aires, foram vistos cartazes com dizeres de "Aqui não é o Brasil". Uma verdade indiscutível que aqui não provocou nenhuma repercussão, ou se aconteceu foi ínfima. Os argentinos não se acomodam, como praticamente todos os outros sul-americanos. Apenas o brasileiro, tão bonzinho, se curva e toca a vida como se roubar o que lhe toca não é motivo para sair no tapa ou no mínimo berrar nas esquinas. E isso põe estrangeiro arrepiado de não ver o Brasil mostrar que é um Estado, mas apenas um amontoado sob a égide criminosa.
Luiz Gadelha

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