Prevaricam com o futuro do País. Os recursos destinados a áreas vitais como educação e saúde estão por um fio por conta da necessidade de se manter as aposentadorias em dia. Logo, logo, nem esse esforço será suficiente. Ultrajante e indecente é a resistência dos congressistas em cumprir com o seu dever. Não passa pela cabeça de mais ninguém com um pingo de juízo a ideia de que a reforma da Previdência possa ser adiada. Essa bomba nuclear via conta dos aposentados foi armada há anos e agora está prestes a estourar. Desarmá-la é a decisão sensata a ser tomada no parlamento. E, ao contrário do que possa ser dito, ela não macula a reputação dos senhores candidatos. Sinaliza, na verdade, um engajamento no esforço conjunto dos brasileiros para a rápida recuperação da economia.
Responsabilidade com as contas públicas não tira voto de ninguém. São necessárias medidas austeras para salvaguardar o direito de todos. O grande trunfo da reforma da Previdência está justamente no combate aos privilégios. Igualar a conta dos servidores públicos e privados já será, por si só, um imenso avanço. Acochambrar o projeto, como tentou o PSDB para posar de bonzinho, é retrocesso punido inclusive com a desconfiança do mercado e de investidores. Na semana passada o dólar chegou a ter uma valorização espetacular devido ao temor de que a reforma não passasse. É isso que almejam os parlamentares? Um País economicamente instável e arriscado aos olhos do mundo? Eis um objetivo que só atende aos aventureiros de plantão e aos pseudos salvadores da pátria, vendedores de mentiras em proveito próprio.
Politicagem criminosa não cabe mais no assunto Previdência. Não está mais em jogo ser contra ou a favor do governo, ser aliado dessa ou daquela patota. O tema vai além de uma agenda meramente ideológica. A operação segue para a inviabilidade caso as mudanças não ocorram. A conta definitivamente não fecha. O presidente Temer, de sua parte, vem tentando o possível, no limite da negociação, para fazer vingar o projeto. Mas como disse, a questão cabe e interessa a todos os brasileiros. Se a maioria não se importa em travar a Previdência, eliminando as aposentadorias no médio prazo – porque é o que vai acontecer caso nada seja feito – paciência. O bom senso precisa prevalecer na discussão e os parlamentares, sem populismos baratos, realizarem a sua parte votando o que é devido. É o papel que lhes cabe. Vai da consciência de cada um exercê-lo. Mais cedo ou mais tarde, os brasileiros vão cobrar esse compromisso.
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