Modesto, ele diz que a vitória não foi pessoal, foi uma conquista da democracia. Liberdade de expressão permite tudo, não é mesmo? Já eu acho que não foi uma conquista, parece mais ter sido uma compra.
Não sei quanto custou essa compra, mas como somos um país que só lida com bilhões, calculo o preço que foi pago.
Há quem diga que as cenas de ontem no Legislativo foram mais discretas, menos bagunçadas que as cenas durante o julgamento do impeachment da ex-presidente. Você concorda, Leitor? Eu discordo, acho que o papelão foi igual. Se não teve recados para papai, mamãe, avô e avó, loas para maridos e amigos, teve ministros licenciados para poder votar e outros sem licença mas profundamente envolvidos na votação; teve mordidas, empurrões, dinheiro voando, bagunça ilimitada. A negociação, às claras, não parou no início da sessão. Foi contínua, persistente, determinada. Um vexame completo.
Tudo isso resultou na vitória de Temer e na derrota do Brasil. Ou melhor, vitória do roto sobre o esfarrapado.
Mas não parou por aí. Hoje ainda tivemos que passar por outro constrangimento: Joesley Batista, o homem da delação premiadíssima (aquele que gerou a denúncia contra o presidente, a que ontem o Legislativo trancou), livre, leve, solto, rico e sem freios, fez um comentário terrível, ácido, que apesar de nos envergonhar, não temos como desmentir: “O dia 2 de agosto ficará marcado como dia da vergonha!”.
Dito por quem o disse, o comentário fere muito mais. Não concorda, Leitor?
A herança do PT, como sabemos, foi horrorosa. O que os dois governos petistas fizeram com nosso país foi medonho. Não preciso me estender sobre o assunto, pois todos passamos por isso e nem cedo nos livraremos dessa herança.
Mas a herança de Temer talvez seja mais cruel: a apatia do povo, que parece desligado do Brasil. Isso é muito doloroso. E de cura imprevisível...
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