A realidade não perdoa ninguém. Ainda que os culpados sejam identificados e punidos. Ainda que a justiça não tarde e não falte. No evento improvável que quem deve pague. Ainda que tudo isso aconteça rápido e bem, não existem garantiam de que tudo não acontecera novamente. O mais provável é que tudo se repita como capitulo repetitivo de enredo duvidoso.
Olhando para trás, dá para ver a falha monumental dos sistemas de governança dos trópicos. Não foi, certamente, falta de lei. Lei tem de sobra. E segui-la, poderia ter evitado muita coisa.
Conflitos de interesse, quando tolerados, se transformam me governança falha. Em conselhos e órgãos de controle eternamente complacentes com a frequência dos desvios. A frequência, por sua vez, normaliza comportamentos. E subverte valores e comportamentos tornando conflitos de interesse matéria aceitável contra a qual nada pode ou deve ser feito. Corrupção vira norma. E a norma, cultura.
Procurando lado positivo nisso tudo, alguém poderia dizer que esta é oportunidade para aprender. Mas não parece que seja isto o que esteja acontecendo. Pouco está sendo feito para aprimorar a governança pública e corporativa.
No macro, as instituições não estão melhorando. O funcionamento regular da máquina continua defeituoso, ou melhor, produzindo os defeitos. No micro, não se tem notícia de esforços radicais para a modificação da cultura corporativa, institucional ou governamental. Sem estes esforços, o mais provável é que coisas semelhantes aconteçam no futuro.
Quando a poeira baixar, parece que pouca coisa terá mudado na maneira de conduzir os negócios públicos e privados. Verdadeiro convite a reviver pesadelos. Periódica e certamente.
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