Para amparar suas propostas, encaminhou ao Congresso a PEC 241, votada com celeridade e êxito na Câmara dos Deputados; a mesma medida já se encaminhou ao Senado e o que prende sua aprovação são ajustes especiais com o presidente da Casa, Renan Calheiros, que quer fazer passarem pela mesma greta assuntos de seu interesse pessoal e de outros amigos, muitos coincidentemente à espera de indiciamento, quiçá de prisão.
A semana passada fez virar a biruta para o PMDB mais graúdo, recolhendo em Bangu dois ex-governadores do Rio, Sérgio Cabral e Anthony Garotinho. Excessos à parte, de nenhum de seus advogados se ouviu um protesto que colocasse em dúvida a legalidade das prisões. Apenas de Garotinho e de familiares ouviram-se gritos e lamentações, mas nada que frustrasse a ordem judicial. Colaborou o Samu, e tudo ficou resolvido, dentro do possível.
Entenda-se. Esses fatos engessaram a semana, e as atenções saíram da agenda de reformas para as citadas ocorrências. Mas, na verdade, o que mais importa, objetivamente, é que as mudanças estruturais, todas entendidas como necessárias e inadiáveis, vão se desfazendo no correr dos meses. O desemprego segue aumentando, a inflação não foi contida, os juros dos bancos se mantiveram altos e, em alguns casos, até subiram, as escolas seguem ocupadas, a saúde, sucateada, a insegurança impera, e pior: o governo Temer já gastou em 2016 R$ 150 bilhões a mais do que o anterior em igual período de 2015; criou quase 15 mil novos cargos desde que assumira a Presidência, não movimentou positivamente a economia, e começamos a ver desmanchar a esperança de mudança com a qual se apresentou e se comprometeu Michel Temer. Para onde vamos?
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