Deu-se em Cuba um fenômeno curioso. O pós-Fidel começara com ele vivo. Raúl Castro não esperou pela morte do irmão para iniciar um processo lento, muito lento, lentíssimo de abertura econômica. Raúl começou a se render à realidade quando as sestas de Fidel tornaram-se mais longas. Num dia em que o ex-grande-líder-da-pátria dormiu demais depois do almoço, Raúl apertou a mão de Barack Obama.
Depois de imprimir suas digitais de líder nas páginas do século passado, Fidel morreu como uma espécie de Vesúvio. Em visita a Havana, pessoas notáveis faziam questão de tirar fotos do seu lado. Sabiam que, já meio adormecido, ele não metia mais medo.
Os visitantes eram orientados a não rir das vestes do ex-vulcão. Desde que deixara de cuspir lava, Fidel vestia malhas Adidas. Feneceu ostentando uma logomarca do capitalismo no peito. Teve um fim melancólico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário