Embora o cuidado com o Orçamento seja prerrogativa exclusiva do Congresso, a Procuradoria Geral da República, influenciada por corporativismo escancarado, considerou a PEC 241 “flagrantemente inconstitucional”. Segundo seu raciocínio, a partir dela, o Poder Executivo se transformaria num “superórgão”. Por outro lado, o PT e o PCdoB tentaram suspender no Supremo Tribunal Federal sua votação.
Escrevi aqui – e repito – que a aprovação da PEC 241 representou, finalmente, a primeira vitória do (tatibitate) governo Temer. Mas gostaria de dizer, sobretudo, que nenhuma PEC, por si só (ou seja, sem a clara, firme e correta vontade do governante), salvará o país da ruína econômico-financeira em que o meteram, e é notório que a ex-presidente Dilma desempenhou papel preponderante nessa calamidade.
Se outras medidas não vierem depois dessa PEC (e aqui penso, além de muitas outras, na indispensável e inadiável reforma político-eleitoral), e se o governo não demonstrar competência na gestão, um desastre, amanhã, de proporções ainda maiores poderá estar mais perto do que imaginam o presidente Temer e seus auxiliares mais próximos. A educação e a saúde, além de outros setores, por exemplo, não poderão jamais sofrer com o teto de gastos. Que a verdade esteja com o governo, e não com os opositores da PEC, que a consideram uma ameaça aos sempre escassos direitos dos mais pobres.
É oportuna a lembrança que o jornalista Merval Pereira fez, na abertura de sua coluna anteontem, a respeito da limitação dos gastos do governo. Há 11 anos, a mesma proposta foi feita pelo ministro da Fazenda da época, Antonio Palocci. E quem a recusou foi a então chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, taxando-a de “rudimentar”, sob a alegação de que “gasto público é vida”. Ainda que sem qualquer lastro.
Foi a partir daí que Dilma, presidente, sangrou o país.
A hora é de oração. Rezemos, leitor.
Acílio Lara Resende
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