quinta-feira, 21 de julho de 2016

A resistência que começou pequena sempre foi gigantesca na audácia de simplesmente existir

É preciso formalizar a instalação de Dilma – a criatura oligofrênica de um jeca, ambos novidades nefastas nascidas política e moralmente senis – entre as lembranças amargas de um passado que ainda lateja em coágulos na academia, na imprensa recalcitrante em enxergar o país real e demais consciências na cegueira incurável a respeito do modo, da profundidade e da extensão com que o lulopetismo desgraçou o Brasil.

Que assim permaneçam, não defendo a cura dessa gente toda, pois a existência do contraditório, mesmo sombrio, é importante para nos impedir de esquecer que o combate deve ser permanente e a vigilância constante, cotidianos ambos, para que o futuro se confirme e o passado seja somente memória. Um passado que ainda frutificará por muito tempo, mas, não sei se por índole, formação, escolha consciente ou tudo isso, gosto de pensar que temos mais a celebrar diante de tanto a lamentar.


A resistência – que, como quase tudo na vida, começou pequena, mas só em participantes, pois ela sempre foi gigantesca na audácia de simplesmente existir – de tão poucos foi tomando o país, multiplicou-se e obteve o que há menos de dois anos parecia impossível: mais do que o impeachment, o fortalecimento da Lava Jato, a ruína de Lula e do PT, a revelação da cornucópia de comparsas ou a prisão de muitos deles, o país parece ter se dado conta de que só pode contar consigo, que a força da indignação faz diferente quando posta em movimento. Isso educa gerações.

Não sei se tinha de ser tão doloroso, só sei que assim foi ou está sendo; e o país aprendeu mais a respeito de si e desmistificou talvez a última vertente do nefasto legado getulista numa cópula maldita e inaudita com o esquerdismo mais obscuro. Em meio à contabilidade dos danos, dos dramas pessoais que a crise econômica gerou, das imperfeições do governo Temer e de tanto que há por fazer, volto dia 31 à Paulista para continuar reivindicando, mas sobretudo para comemorar as novas luzes que, sim, revelam os vincos profundos de um país tão maltratado, mas iluminam o que era sombra até ontem.

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