domingo, 31 de janeiro de 2016

O inimigo público são as antas

Depois de Dilma, o bandido mais combatido no Brasil também é outro animal: o Aedes aegypti. Apesar de bem menos inofensivo - não infecta milhões por anos - tem aparecido como salvação para a presidente se esconder, quem diria, atrás das asinhas do inseto.

O Aedes, mesmo vilão nacional (será mesmo?), está permitindo que a presidente apareça como a mata-mnosquito n°1. Não só criou um gabinete de combate ao inseto como ainda está propondo a compra e distribuição de repelentes a todas as grávidas do país.

As medidas governamentais de guerra nunca foram efetivas nem confiáveis. Governantes se aproveitam do mosquito para florear seus nobres esforços públicos que nem são nobres e muito menos esforços.

Nenhum governo, em qualquer esfera, ainda conseguiu se explicar por que estando em 12 cidades em 1980 conseguiu se distribuir para 2.665 entre 1980 e 1997 e hoje atinge praticamente todo o território. Também ninguém ficou convencido de que Oswaldo Cruz, em seis anos de combate, tirou o Aedes do mapa carioca.
Moto-fumacê há cinco anos na foto, nenhuma nas ruas
A desculpa de haver grandes cidades e crescimento demográfico incomparável com o início do século XX não serve, ainda mais que na década de 1980 só havia o mosquito em 12 cidades.

Dizer que os vetores se proliferam e preferem os domicílios dos cidadãos, que seriam os grandes focos, é culpar o povo por criar bandido.

O maior vilão está nos governos que adoram se servir do mosquito para bancar mocinhos. Não há nem houve nos últimos anos iniciativas efetivas para conter a infestação. Pode colocar o maior exército do mundo nas ruas para matar mosquito que não adiantará nada se não se cuidar do saneamento, da limpeza urbana, da aplicação de leis municipais contra os megacriadores como lixões, depósitos, valões, servidões, construções públicas abandonadas e por aí vai.

É preciso vontade política para também não desperdiçar dinheiro público em ações de marketing como daquele prefeito (petista, é claro) que anunciou o combate mais moderno contra o Aedes: moto-fumacê. Comprou oito, há cinco anos, nunca uma delas foi vista circulando no município.

Combater não é só matar o mosquito no Verão. É cuidar do saneamento e implementar as boas práticas de limpeza nos municipios, não deixando só a culpa e o trabalho com o cidadão., que ainda tem o encargo de pagar muito caro para a cambada se fazer de santa.

Os governantes precisão trabalhar, honestamente, e deixarem a preguiça de bancar superheróis em peças de marketing. ou darem uma de santidade de que tudo fazem como dádiva pessoal. Essa cretinice é criminosa para dar cadeia em países que respeitam seus cidadãos. Aqui dá mais votos para continuarem praticando crimes sob o manto da imunidade e da impunidade. 

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