Lula só pensa naquilo. Diante das vaias (normais no ambiente
dos estádios) e dos xingamentos (deploráveis em qualquer ambiente) a Dilma
Rousseff na abertura da Copa, o presidente de facto construiu uma narrativa
política balizada pela disputa eleitoral.
A “elite branca” e a “mídia”, explicou, difundem “o ódio”
contra a presidente-candidata. Os conteúdos dessa narrativa têm o potencial de
provocar ferimentos profundos numa convivência democrática que se esgarça desde
a campanha de ataques sistemáticos ao STF deflagrada pelo PT.
O partido que ocupa o governo decidiu, oficialmente,
produzir uma lista de “inimigos da pátria”. É um passo típico de tiranos — e
uma confissão de aversão pelo debate público inerente às democracias. Está lá,
no site do PT, com a data de 16 de junho (Leia "A desmoralização dos pitbulls da grande mídia").
O artigo assinado por Alberto Cantalice, vice-presidente do
partido, acusa “os setores elitistas albergados na grande mídia” de “desgastar
o governo federal e a imagem do Brasil no exterior” e enumera nove “inimigos da
pátria” — entre os quais, este colunista.
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