segunda-feira, 7 de abril de 2014

Cadê a água?

Há 64 anos, o Rio era assolado naquele Verão por um forte calor e agravado por falta de chuvas. Para piorar, havia falta de água causada pelo mesmo problema registrado nesta estiagem: falta de investimento. É a causa atual do sofrimento nas pequenas cidades que não recebem a mesma cobertura jornalística dos grandes centros.
Por isso, sob céu de brigadeiro, há mais carro-pipa nas ruas, principalmente de Vila dos Patos, do que se possa imaginar. E os preços, lá nas alturas estratosféricas. Ninguém fala em racionamento, mas em descarada falta de abastecimento. 

“Tomara que chova,
Três dias sem parar”

Foi uma grita geral nos anos 1950 contra a falta água e um conseqüente sucesso carnavalesco no ano seguinte, “Tomara que chova” (Paquito e Romeu Gentil), que resultou na instalação da primeira Adutora do Rio Guandu no ano seguinte. No entanto, sem grita, a badalada empresa de águas fluminense Cedae continua a brincar de grande empresa, anunciando que levará água daqui a anos a essa ou àquela região, mas sem resolver o problema urgente atual. Xodó do Estado, que com seus factóides tem promovido muito governo cafajeste, continua a gozar com a cara do cidadão obrigado a gastar fortuna para ter água ao menos para higiene. O descaso é tanto que na maior cara de pau está hoje agendando entregas de água para fins de junho. O fato acontece numa região onde o governador montou palanque para inaugurar estação de bombeamento numa cidade sem abastecimento e juntinho ao alcaide andou esburacando tudo quanto é canto para instalar canos (sem água, é claro). Resta-nos gritar como Emilinha Borba:


“De promessa eu ando cheio,
Quando eu conto,
A minha vida,
Ninguém quer acreditar,
Trabalho não me cansa,
O que cansa é pensar,
Que lá em casa não tem água,
Nem pra cozinhar”

Nenhum comentário:

Postar um comentário