Por pior que seja a qualidade da nossa democracia — e ela é está bem aquém de sofrível –, qualquer golpe contra ela só faria o Brasil perder ainda mais dinheiro. Muito dinheiro. Nenhum empresário está disposto a bancar aventura golpista, porque não auferiria lucro nenhum disso. Inclusive porque viraríamos párias com certificado internacional. É nesse sentido que devem ser entendidos os manifestos — divulgados oficialmente ou não — do pessoal que não rasga dinheiro, muito pelo contrário. O amor pela democracia é bastante quantificável, senhoras e senhores. O bom negócio hoje é ser sociedade capitalista aberta, pluralista, ecológica, politicamente correta etc. etc., as meras aparências das quais o Brasil está forrado confirmando a essência no Ocidente e suas franjas (pertencemos às franjas).
É péssimo para Jair Bolsonaro, aliás, que até empresário mineiro — e empresário mineiro que pertencia à sua base de apoio, como Salim Mattar, ex-secretário de Desestatização do governo — tenha começado a se manifestar abertamente contra ameaças bolsonaristas e a cobrar por reformas que foram prometidas e morreram no terreno do estelionato eleitoral. Mostra que o seu impeachment talvez esteja deixando de ser tabu.
Um monte de gente maluca nas ruas, gritando por fechamento de STF, Congresso e intervenção militar — e se houver violência, pior ainda — só propagará a certeza de que Jair Bolsonaro deve ser chutado o quanto antes do Palácio do Planalto. Inclusive porque a sua permanência viabilizará ainda mais a candidatura de Lula, que é outra forma de rasgar, senão dinheiro no curto prazo, o futuro do país no longo termo. Se ninguém fizer nada, é o que ocorrerá. E a vitória do chefão petista, como eu já disse, poderá ser no primeiro turno. Teremos, então, um eterno 7 de setembro como o que se avizinha.
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