Os disparates de Jair Bolsonaro costumavam atrair os leitores. Sempre que reproduzíamos uma de suas barbaridades, o ponteiro do Google Analytics subia vertiginosamente.
Isso mudou. Ele pode até insultar os velhos campeões de audiência do nosso site, dizendo que Lula “grunhe” e que Dilma é uma “quadrúpede”, mas ninguém mais se importa. O efeito se dissipou. Não cola. A sua estupidez, que provocava estupor, agora só provoca repulsa. Ou, pior ainda, desalento.
Até o ano passado, muita gente, inclusive na imprensa, acreditava que a estupidez de Jair Bolsonaro fosse premeditada, e que escondesse alguma forma de esperteza. Agora todos sabem que ele é só isso mesmo. Ele parece raso porque é raso, parece primário porque é primário.
Ontem à noite, enquanto lamentava as 460 mil mortes de Covid, ele riu. Uma de suas macacas de auditório perguntou-lhe o motivo de tanto contentamento, e ele explicou:
“Alguns acham, tem gente filmando aqui, vai sair eu rindo. ‘Não pode, não sei o quê, o problema’. Isso acontece. Se a gente não tentar ser feliz, vai esperar o quê? Eu pergunto: essa pandemia vai acabar quando? Alguém sabe? Vai até as eleições do ano que vem?”
Só há isso na cabecinha obtusa de Jair Bolsonaro: 2022. Ele não é capaz de ver nada além disso. Não é esperteza, não é estratégia, não é xadrez: ele é apenas mais um quadrúpede que grunhe.
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