segunda-feira, 8 de março de 2021

O ataque dos vírus e a extinção dos portugueses estúpidos

Mahnaz Yazdani (Iran)
As empresas farmacêuticas, localizadas em países com valores morais e éticos mais elevados do que Portugal – e que são por isso mais desenvolvidos social e economicamente e também do ponto de vista civilizacional (leiam o sociólogo Norbert Elias) -, deviam desenvolver vacinas específicas para serem aplicadas nos portugueses estúpidos. Porquê? A razão é que a sociedade portuguesa foi (e continua a ser) contaminada por vírus muito especiais e seletivos; portanto, para combatê-los, é necessário criar vacinas específicas para cada grupo. Então vejamos:

Corruptioelecti-vac: desenvolvida para combater o vírus que ataca as pessoas corruptas, mas não aquelas ligadas às corrupçõezinhas, mas sim as da alta corrupção. Ou seja, atua contra o vírus que contagia principalmente a elite económica, financeira, política e jurídica.

Nummulariis-vac: destinada principalmente aos ex-líderes e dirigentes do BPN e, principalmente, do BES/Novo Banco e outras ramificações – EDP, Portugal Telecom, TAP, etc. Esses ‘notáveis’ devem ser protegidos para continuarem a desviar fortunas e deixarem a conta para os outros pagarem; ou seja, os poucos totós que produzem riqueza e pagam impostos. Aqui pode também ser incluída a CGD, que fez chorudos empréstimos aos grandes clientes, amigos do regime, sabendo, de antemão, que eles nunca iriam pagar. Para cobrir o prejuízo, a ‘criativa’ solução dos ‘competentes’ dirigentes do banco é pagar juro zero aos pequenos depositantes e aumentar as comissões bancárias dos clientes.

Civilibus-vac: os políticos estão (sempre) numa posição de destaque, pois (muitos deles) promovem e/ou protegem a grande corrupção. Esta vacina é destinada a pessoas que ocupam altos cargos do Estado e do governo.

Magistratus-vac: é a vacina dos parlamentares (com uma grande percentagem de juristas), que utilizam o Parlamento para criarem leis que defendem, nomeadamente, os interesses dos grupos citados acima: corruptioelecti, nummulariis e civilibus.

Iudicialis-vac: combate o vírus que ataca especificamente o sistema judiciário. Pensam vocês que a venda nos olhos da Justiça (mitologia grega) significa imparcialidade, uma não distinção entre os que estão a ser julgados? Puro engano: é para não ver a atuação danosa e criminosa dos mesmos grupos protegidos pelos políticos: corruptioelecti, nummulariis e civilibus.

Duceslocales-vac: é destinada a combater o vírus que ataca os autarcas, que têm uma função específica – promover e proteger a pequena corrupção. Deste grupo, saiu uma nova variante do vírus, denominada misericordiae.

Misericordiae-vac: é uma vacina específica para os dirigentes das misericórdias, cujas interesses políticos e económicos cruzam-se com os dos duceslocales; ou seja, o vírus circula entre os autarcas locais e os provedores.

–Populuscaptiosus-vac (vulgo povo chico-esperto): vacina destinada a todos os portugueses, sem exceção. Mas principalmente àqueles que tentam tirar vantagem em tudo, não respeitando as leis, os regulamentos e os direitos dos outros: passam à frente na fila, para receber a vacina contra o Covid-19, por exemplo, conseguem empregos por cunhas e não pela competência, consultas médicas no sector público, etc.

O problema é que, ao contrário da vacina contra o Covid 19, que (quase) todos tentam (e os mais bem posicionados conseguem) passar à frente dos que realmente deveriam ser vacinados em primeiro lugar, esses grupos mencionados nunca iriam aceitar receber essas vacinas. Porquê? Exterminar esses vírus iria acabar com os seus privilégios. Por isso, Portugal vai continuar como sempre foi, desde a origem da sua fundação até hoje: com falta de civismo e civilizacionalmente atrasado.

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