segunda-feira, 8 de junho de 2020

O dia que o corona acabou

“Nestes dias, escreveu Pondé, precisamos de todos os santos”.

Deus resolveu demonstrar, efetivamente, que é brasileiro. Cedinho, mandou chamar Antônio, João e Pedro, os “donos” das celebrações e folguedos juninos na maior nação católica do mundo.

"Pedro, João e Antonio", ordenou, "vocês vão acabar com essa Praga que veio da China, tá matando todo mundo e meus conterrâneos". Pedro, habitualmente, o mais ousado, meneou a cabeça e largou – Senhor, eu sempre alertei que esses caras iam dar muito trabalho. Tá lembrado de Mao? Pedro – interrompeu o Senhor – essa conversa fica para depois. Agora, somos todos irmãos e os brasileiros são prioridade. Quero que no dia Sete de Setembro não exista mais um vírus no território brasileiro, sejam celebradas a independência e a vida de todos.

Recebidos, à noite, no Alvorada, fora da agenda oficial, eles apresentaram um plano de trabalho. O Presidente caiu de joelhos e, contrito, repetiu o seu mantra:  “O Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, vocês têm carta verde e amarela. Branca, não. Plano, fora, ação! Discretamente. Se aparecerem nas pesquisas de opinião, voltarão ao Paraíso".


A partir de junho, só rolou notícia boa. Bomba!! A evidência científica da cura: o BolsocloroVick, mistura da cloroquina com Vick Vaporub (unguento que acaba com puxado, piado, asma e mata tudo quanto é vírus, muito usado pelos nossos pais e avós).

No dia treze, o Presidente dá a notícia e a OMS recomenda o novo remédio para todos os protocolos. Aí a curva “achatou”; depois entrou numa descendente; contaminação e óbitos caíram tendencialmente.

Definido o dia de volta à normalidade, um estudante de veterinária, brasileiro, fazendo PhD, na universidade do Butão sobre os mamíferos morcego e rato e o onívoro timbu (capital do Butão é Thimbu), descobriu a vacina contra o Covid-19, anunciada euforicamente no agourento 24 de agosto.

Foi a glória! O coração dos brasileiros encheu-se de perdão, amor e alegria. Antes de comparecer à parada militar, o Presidente fez um emocionado pronunciamento à nação: "Pô, gente, Paz, Amor e Alegria. Puta que pariu!"

 “Intendência é vida!” Olhou orgulhoso para o eficiente General Pazuello.</p>

Os Brasileiros foram às ruas, abraçaram-se entre risos e lágrimas. Síndicos e condôminos fizeram as pazes. Pela décima vez, Bolsonaro prometeu diálogo. Dória entrou no clima amigável com três fios de cabelo fora do lugar.

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