barreiras ao garimpo na floresta.
O deputado do baixo clero antecipou os planos do presidente: afrouxar o licenciamento ambiental, suspender a demarcação de terras indígenas, liberar a mineração em áreas protegidas.
No ano seguinte, o então deputado escancarou o motivo do olho grande nas terras indígenas. “Essas áreas são as mais ricas do mundo em nióbio, ouro, bauxita, estanho, além da biodiversidade, da água potável e grande espaços vazios”, afirmou.
Já como presidenciável, Bolsonaro fez lobby pela exploração de outro mineral valioso. “Temos uma enorme mina de potássio na região do Rio Madeira que não é explorada por vários motivos. Licença ambiental! Um presidente com pulso resolveria o problema”, sustentou, em fevereiro de 2016.
Nove meses depois, ele subiria à tribuna para reclamar da repressão ao garimpo ilegal em Roraima. “Por uma questão indigenista criminosa, praticamente está inviabilizado explorar minério lá”, protestou.
Os discursos repetem sempre a mesma tática. Ao defender os interesses das mineradoras, Bolsonaro se diz preocupado com a soberania nacional. Em 1992, ele tentou anular a demarcação da terra Ianomâmi. Alegou que os índios tentariam se separar do Brasil. “Pretendemos preservar a integridade nacional, pois estamos a um passo da independência daquela área”, dramatizou.
Como a profecia do separatismo não se concretizou, o capitão foi atrás de inimigos externos. No mês passado, ele descreveu a Amazônia como “uma virgem que todo tarado de fora quer”. Os tarados seriam os países europeus, não os garimpeiros.
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