O gordinho da Coreia do Norte, por exemplo, daria um bom Papai Noel? Claro que não. Comuna de verdade lá quer saber desse negócio de Papai Noel, compras e mais compras, presentes, votos de boas festas, em especial nesta época do ano, quando o capitalismo disfarçado de bom velhinho mostra a sua cara e pior - não há por aqui um Cazuza a lhe instar a que diga qual é o seu negócio, o nome do seu sócio e tal?
Há um consenso de que a China, outrora dragona do comunismo sob a batuta de Mao, só passou a ver mesmo "a força da grana, aquela que ergue e destrói coisas belas" (Caetano), depois que se assumiu como capitalismo de estado. Daí os espaços conquanto ainda parcos para uns pálidos e tímidos bons velhinhos em seus trajes vermelhos e sacos de presentes.
As desavenças entre o gordinho malvado da Coreia do Norte e o fogoió maluco da Casa Branca já convenceram a China de que as coisas podem se desarrumar a qualquer hora entre o mar do Japão e uma base americana que fica numa ilha ali por perto. Daí que, prevendo a debandada de milhares de norte-coreanos, começou a construir campos e mais campos de refugiados.
É possível que num cenário desse ninguém ouse ser voluntário para vestindo o macacão vermelho, cor que, aliás, tem algo a ver, desfilar carregando um saco cheio e acenando às crianças que não precisam de ninguém que lhes deem lições de esperanças.
Quando eu era criança, em Caxias, vi um Papai Noel pela primeira vez. Não tinha a barrigona que para alguns ainda hoje no Maranhão é sinal de poder politico e de prosperidade financeira. Também não tinha bundão flácido, outro atributo.
Da carroceria de uma camionete o Papai Noel magrelo dava bombons ou picolés à criançada. Um alto-falante sobre a boleia anunciava que ele era de carne e osso. Ensimesmado, sem interesse algum nos bombons e picolés, fitava-o imaginando como deveria ser o Papai Noel sem carne e osso. Então, o Papai Noel feito de gente só poderia ser aquele.
Aos poucos, fui diferenciando o Papai Noel gordão e bundudo do Papai Noel de carne e osso, o Papai Noel igual a gente. Anos depois descobri que aquele Papai Noel era o Elmar, o locutor do Gigante do Ar, o serviço de Alto-falante da Babilônia, o que viria a ser um shopping para a época, do José Delamar.
Ontem, quarta feira, em Itatiba, cidade do interior paulista um pouco maior que Barra do Corda ou Caxias, um Papai Noel muito conhecido da população foi atacado por crianças a rebolos e pedradas quando o saco de bolos e bombons se esvaziou.
Todo ano, nessa época do ano, seu Luizão, o dono de uma funerária, veste-se como o bom velhinho, instala-se num trenó e com a ajuda três amigos desfila pelos bairros distribuindo agrados à criançada.
Ontem como se fosse um dia de tenebrosos tempos, seu Luizão escapou ao ver-se acuado por aqueles pelotões armados com paus e pedras, tudo criança entre 9 a 12 anos de idade. Oh tempos, afastem de nós esses graneleiros de maus exemplos! Oh meu Deus, quanta violência se espalhando neste mundo!
“Vinde a mim as criancinhas”? Okey,vinde a mim.
Seu Luizão nunca foi politico, não é politico, não quer ser politico. Anunciou que “sem ressentimentos” voltará às ruas dos subúrbios desfilando no seu trenó com o seu saco de bombons e outros doces para a criançada.
Edson Vidigal
Há um consenso de que a China, outrora dragona do comunismo sob a batuta de Mao, só passou a ver mesmo "a força da grana, aquela que ergue e destrói coisas belas" (Caetano), depois que se assumiu como capitalismo de estado. Daí os espaços conquanto ainda parcos para uns pálidos e tímidos bons velhinhos em seus trajes vermelhos e sacos de presentes.
As desavenças entre o gordinho malvado da Coreia do Norte e o fogoió maluco da Casa Branca já convenceram a China de que as coisas podem se desarrumar a qualquer hora entre o mar do Japão e uma base americana que fica numa ilha ali por perto. Daí que, prevendo a debandada de milhares de norte-coreanos, começou a construir campos e mais campos de refugiados.
É possível que num cenário desse ninguém ouse ser voluntário para vestindo o macacão vermelho, cor que, aliás, tem algo a ver, desfilar carregando um saco cheio e acenando às crianças que não precisam de ninguém que lhes deem lições de esperanças.
Quando eu era criança, em Caxias, vi um Papai Noel pela primeira vez. Não tinha a barrigona que para alguns ainda hoje no Maranhão é sinal de poder politico e de prosperidade financeira. Também não tinha bundão flácido, outro atributo.
Aos poucos, fui diferenciando o Papai Noel gordão e bundudo do Papai Noel de carne e osso, o Papai Noel igual a gente. Anos depois descobri que aquele Papai Noel era o Elmar, o locutor do Gigante do Ar, o serviço de Alto-falante da Babilônia, o que viria a ser um shopping para a época, do José Delamar.
Ontem, quarta feira, em Itatiba, cidade do interior paulista um pouco maior que Barra do Corda ou Caxias, um Papai Noel muito conhecido da população foi atacado por crianças a rebolos e pedradas quando o saco de bolos e bombons se esvaziou.
Todo ano, nessa época do ano, seu Luizão, o dono de uma funerária, veste-se como o bom velhinho, instala-se num trenó e com a ajuda três amigos desfila pelos bairros distribuindo agrados à criançada.
Ontem como se fosse um dia de tenebrosos tempos, seu Luizão escapou ao ver-se acuado por aqueles pelotões armados com paus e pedras, tudo criança entre 9 a 12 anos de idade. Oh tempos, afastem de nós esses graneleiros de maus exemplos! Oh meu Deus, quanta violência se espalhando neste mundo!
“Vinde a mim as criancinhas”? Okey,vinde a mim.
Seu Luizão nunca foi politico, não é politico, não quer ser politico. Anunciou que “sem ressentimentos” voltará às ruas dos subúrbios desfilando no seu trenó com o seu saco de bombons e outros doces para a criançada.
Edson Vidigal
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