terça-feira, 10 de outubro de 2017

Nuzman é o Michael Phelps do nado no esgoto

O legado mais vistoso da Olimpíada de 2016 é o acervo de assombros protagonizados por Carlos Arthur Nuzman, finalmente engaiolado pela Lava Jato e anexado a uma população carcerária até então carente de um representante dos dirigentes esportivos bandidos. Uma das façanhas aparece no vídeo acima: sem ficar ruborizado, o supercartola que comprara a vitória do Rio finge surpreender-se com o resultado da eleição da sede dos Jogos de 2016.

O choro convulsivo de Lula, que despeja lágrimas de esguicho enquanto Nuzman celebra o sucesso dos fora-da-lei, confirma que se cinismo sincronizado fosse uma modalidade olímpica o Brasil já teria acumulado mais medalhas que as conquistadas por atletas americanos desde os primeiros Jogos da era moderna. Lula sabia de tudo, como de tudo sabiam Sérgio Cabral, João Havelange, Orlando Silva, Eduardo Paes e outros festeiros reunidos na capital da Dinamarca naquele 2 de outubro de 2009.

Outras duas proezas de Nuzman bastam para conferir-lhe o status de fenômeno merecedor de manchetes em todos os idiomas. Primeira: abastecido pela usina de ladroagens administrada pela quadrilha de Sérgio Cabral, o presidente do COI gastou uma fortuna de espantar qualquer Geddel na compra dos votos que decidiram a disputa, mas conseguiu enfiar nos próprios bolsos o suficiente para duplicar seu patrimônio.

A segunda façanha entronizou Carlos Arthur Nuzman no panteão dos semideuses do esporte. Com uma única Olimpíada, um jogador de vôlei aposentado conseguiu 16 quilos de ouro. E entrou para a História como um Michael Phelps do nado no esgoto.

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