Foi o que se viu, mais uma vez, na sexta-feira, no ato “Fora Temer” na Avenida Paulista. Ao rol de mesmices sobre o “golpe” contra a presidente afastada Dilma Rousseff e a ilegitimidade do presidente interino Michel Temer, Lula se valeu de sandices, desacato, agressões pessoais, desapreço à democracia e desrespeito à Constituição.
Depois de expor uma visão muito particular do golpe de 1964 e da campanha das Diretas-Já, e de embrenhar-se em uma danada confusão ao comparar a revolução de Fidel Castro e o governo Michel Temer, Lula voltou-se ao seu papel predileto de benfeitor único dos pobres. Essa fonte inesgotável de votos, que, pragmaticamente, é melhor que permaneça na pobreza.
Em flagrante afronta à Carta, que estabelece o Parlamento como único fórum legal para processar o impedimento de um presidente, surrupiou a legitimidade dos deputados federais, afirmando que “só o povo que elegeu Dilma pode tirar Dilma”. E incluiu os parlamentares pró-impeachment na lista ampliada dos 300 picaretas a que se referira nos anos 1990.
Falando muito mais de si e de seu governo do que da pupila sucessora que só deu dor de cabeça a ele e ao país, Lula berrou contra privatizações que nem de longe estão na mira do governo Temer. “Vão querer vender a Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa, a Eletrobras, a Transpetro. Vão vender tudo.” E, para delírio da plateia, arrematou: “Vão querer vender a mulher e até a família”.
Nada de novo. A ladainha contra a privatização está no discurso do PT desde sempre. Mas Lula agudizou: “para privatizar não precisa de governo, só de agiotas”.
Em outro momento, inspirado em Hugo Chávez, mas na versão piorada, mais semelhante ao desconcertado Nicolás Maduro, Lula dedicou-se a achincalhar o ministro das Relações Exteriores, José Serra, que teria reacendido o “complexo de vira-lata” do Brasil. E, de novo, se agarrou ao lugar comum para lembrar que é filho de analfabetos, e que tinha aprendido a não ser melhor nem pior do que ninguém, mas ser igual.
A lição jamais assimilada faz Lula supor que está acima do bem e do mal. E, embora saiba da impossibilidade de ocultar fatos e reconstruir a história com a lábia, não vislumbra outra saída – até porque não há. Portanto, vai ocupar palanques em cada ato anti-Temer e fazer exatamente igual. Defender Dilma não mais do que protocolarmente, atacar rivais a ferro e fogo, tentar juntar o que
Senadores do PT deve seguir esta semana em romaria para Curitiba, segundo a mídia. Farão uma vista extemporâea para um réu da Lava Jato que o partido praticamente deixou entregue às baratas. De repente, não mais do que de repente, João Vaccari Neto é prestigiado com favores de uma visita em massa de companheiros.
Mas não se trata de "arrependidos" por deixarem Vaccari tanto tempo ente as grades. A romaria tem como objetivo manter o silêncio do ex-tesoureiro, que está inciando conversas sobre sua delação premiada. Não há por que uma visita dessas apenas por motivo humanitário.
Por trás da visita, há o interesse em demover Vaccari para que suas revelações não implodam de vez o PT e, com ele, Lula e o Instituto, além de uma cambada de políticos petistas.
Mary Zaidan
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