domingo, 24 de abril de 2016

Olhando além do horizonte

Mesmo sem tornar público, o PT já se conformou em passar para a oposição, disposto a chefiá-la e a não dar trégua ao novo governo. Contam como certa a degola da presidente Dilma, no Senado. Farão pontaria permanente na nova situação, dispostos a denunciá-la como artífice do retrocesso econômico e político. Os companheiros vão preparar o retorno para 2018, com a óbvia candidatura do Lula, certos de que Michel Temer pretende demolir conquistas sociais favoráveis às massas. A equação continuará a mesma, apenas invertida.

Já anunciado, o “grande salto para o futuro”, engendrado pelo PMDB, prevê iniciativas capazes de ampliar os espaços do capital, ao tempo em que reduzirá as garantias do trabalho. A negociação direta entre patrões e empregados substituirá parte das leis trabalhistas.

Fica difícil imaginar como reagirá o Congresso, apesar de a maioria dos votos pelo impeachment de Dilma deixar deputados e senadores de saia justa quando se tratar da manutenção dos postulados de defesa dos assalariados. Imagina-se que logo os partidos ditos de esquerda se unirão ao PT, reforçados pelos movimentos sindicais e populares.

O primeiro teste virá com as eleições municipais de outubro, em especial nas grandes capitais, situação capaz de levar o novo governo de Temer à defensiva. De seu lado já tentam compensar essa óbvia virada à direita com exortações pela preservação dos avanços à esquerda praticados nos dois governo do Lula. Só que a onda gerada pelo enfraquecimento e a queda de Dilma produzirá efeitos ainda por algum tempo. Posto em frangalhos, o PT necessitará de muito oxigênio para a recuperação.

Em suma, haverá que tentar olhar além do horizonte.

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