Deixamos que o cenário chegasse a este ponto. Eles foram dominando aos poucos. E, quando nos demos conta, dominavam o país. Desde muito que se alertava para o perigo da compra na boca do caixa daquelas que foram, no passado, entidades representativas de legítimas reivindicações populares.
OAB, ABI, CNBB, UNE, CUT, ABI e o aparato sindical aliados ao MST, MTST e Movimento Passe Livre e outros que tais, são hoje todos a favor do poder. Não reivindicam. São defensores do status quo. Desistiram de lutar por democracia e direitos em nome de verbas e financiamentos oficiais.
Se no século passado o brasileiro médio tinha como expectativa de realização profissional uma vaga no Banco do Brasil – por concurso –, agora a certeza é a da venda da própria consciência ao poder estatal.
É preciso distinguir o que é estatal do que é público. Hoje, raramente são sinônimos. Estatismo é o uso do aparelho do que é público. A privatização do que é nosso, por parte de um grupo que se serve do poder.
Os ditos movimentos sociais não perderam as ruas porque usam os black blocs. Estes existem por que eles perderam as ruas. O isolamento que os faz autofágicos e, como tal, interdependentes, nasceu do cansaço de um país que assiste ao assalto a valores universais em nome do oficialismo de estado. Que, corrupto, corrompido e corruptor, compra o apoio de estudantes e jornalistas, de advogados e igrejas, de operários e camponeses. E dos miseráveis, que nunca param de crescer como excluídos que são.
Mais que nunca as manifestações não são SOMENTE pela saída de Dilma. As manifestações são também – e principalmente – pelo resgate da cidadania. Pela liberdade de ser oposição. Pela ética e moral. Pelo retorno de movimentos sociais que mereçam este nome.
O PT transformou votos em mensalidades. Militantes em meliantes. Universitários em sectários. Estudiosos em alugados com conhecimento de orelhas de livros. E, acima de tudo, uma nação em um entreposto de interesses corporativos regado a verbas públicas.
Os movimentos sociais de hoje não defendem teses ou visões ideológicas, mesmo que equivocadas. Defendem o livro-caixa. O recebimento das benesses em nome de nada além do servilismo abjeto que é marca registrada de todos eles. O suporte a ONGS e OS, todas ligadas a partidos e facções que lembram o “tá tudo dominado!”
Errado! Não está. Está é chegando a hora de nós podermos dizer: “Perdeu! Perdeu!”. E pedir a devolução do que nos foi roubado.
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