Os jovens brasileiros que se mantém nas salas de aula da rede pública são trabalhadores – 40% dos que frequentam as classes de educação de jovens e adultos (EJA) cumprem jornadas de trabalho de 8 horas por dia. Esse percentual é de quase 20% entre os estudantes do ensino médio regular. Cerca de um em cada quatro alunos, tem que conciliar estudo e trabalho ou pelo menos “fazer um bico”. No caso dos alunos do Projovem Urbano e do EJA a razão é de três estudantes para cada quatro.
Para os entrevistados, os problemas mais graves do país são violência (20%), pobreza (16%) e corrupção (15,7%). Em quarto lugar, vem a qualidade da saúde (12,3%). Qualidade do ensino foi mencionada por apenas 5,6% dos estudantes.
Esses são alguns resultados de uma pesquisa inédita feita pelo Ministério da Educação (MEC), Organização dos Estados Interamericanos (OEI) e Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso). Juventudes na escola – por que frequentam? revela o perfil do jovem brasileiro de 15 a 29 anos que está nas salas de aula da rede pública no ensino médio, nas classes de educação de jovens e adultos (EJA) ou no Projovem Urbano, o programa que traz de volta para à escola jovens moradores de cidade de menos de 200 mil habitantes em qualquer nível de ensino. A pesquisa foi coordenada por Miriam Abramovay, e teve como co-coordenadores Mary Garcia Castro e Julio Jacobo Waiselfizs.
Nas classes de EJA, 74% dos estudantes já abandonaram a escola pelo menos uma vez. Desses, 49% saíram e voltaram a estudar mais de uma vez – o abandono escolar ocorre principalmente pela necessidade de se sustentar. Até mesmo no ensino médio regular, quase 30% dos alunos já pararam de estudar alguma vez para garantir o próprio sustento. Os percentuais entre estudantes do sexo feminino são mais baixos, mas ainda assim bastante significativos: uma em cada quatro alunas considerando-se as três categorias de ensino da pesquisa já deixaram de estudar para trabalhar. Sendo que no caso das jovens, gravidez e ter que trabalhar são mais mencionados como motivos para terem alguma vez deixado a escola.
(Fonte: The São Paulo Times)
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