O que desejam nossos políticos, especialmente os de oposição, que não conseguem apresentar ao país uma saída consistente para a crise? O que quer o ex-presidente Lula, que chegou aonde não merecia chegar? O que pretende, enfim, a sua errática e confusa pupila?
Talvez seja isso – a dificuldade de dar resposta a essas perguntas – que me leva aos poucos a perder o interesse pelo esporte que encantou e ainda encanta multidões no mundo todo. E, quando me lembro do craque Neymar, a coisa piora muito. Acusado de ter sonegado impostos, aqui e na Espanha, em companhia do pai, teve bloqueada a bagatela de R$ 180 milhões. E isso, como disse outro dia o escritor Ruy Castro, na “Folha de S. Paulo”, não o tornou nem um pouco menos rico.
Trata-se de uma inversão de valores difícil de ser tolerada. O desconforto só melhora quando leio o nosso Tostão e o jornalista Juca Kfouri, que seriam os substitutos dos grandes do passado, dentre os quais se destacam Nelson Rodrigues, Armando Nogueira e João Saldanha. Conheci os três pessoalmente, e não apenas por meio das suas crônicas. Tive o privilégio de ser companheiro do segundo e do terceiro no velho “JB”. Se estivessem vivos, como se comportariam hoje?
O que fez Neymar? Ou ele foi só mais um discípulo do ex-presidente Lula? O craque, simplesmente porque lhe interessava, desrespeitou a lei. Nada mais. Depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) rejeitou as contas (de 2014) da presidente Dilma Rousseff, que desrespeitou a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), seu padrinho, em discurso para pequenos agricultores em São Bernardo do Campo, a justificou dizendo: “Estou vendo a Dilma ser atacada por conta de umas pedaladas. E quais eram as coisas que a Dilma tinha que pagar? Ela fez as pedaladas para pagar o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida”.
O dinheiro de Neymar não era público, mas o de Dilma era nosso. O que fizeram foi admitir que os fins justificam os meios.
É inconcebível o que disse Lula. Pergunto ao ministro Patrus Ananias, advogado e professor de direito, que estava ao lado de Lula quando ele falou em São Bernardo: um ex-presidente da República pode pregar, abertamente, o desrespeito à lei? É esse o exemplo que Lula tem na algibeira para transmitir aos pequenos agricultores? Por onde anda a Ordem dos Advogados do Brasil, que não o interpela?
Por que, então, o espanto quando se noticia que o ex-presidente Lula se reuniu com deputados do PT para pedir que deem uma trégua a Eduardo Cunha? São ou não, leitor, farinha do mesmo saco?
A presidente Dilma – não há como negar – tem sido um desastre na condução do governo, mas o mal que Lula faz hoje ao país é insuportável. Pena é que não haja impeachment para ex-presidente!
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