segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Presidente Dilma Rousseff, o Brasil já aguentou demais


A evolução de nossa vida e a sucessão dos acontecimentos que têm golpeado a sensibilidade nacional atingiram, de fato, um limite insuperável. Chegou-se, efetivamente, às fronteiras e ao ápice do inimaginável com os crimes que vêm abalando a Nação. Mas não me deterei em referências conhecidas, não insistirei no protesto, na condenação e na revolta contra as conhecidas pilantragens.

O que posso assegurar com absoluta certeza – o que, aliás, já é do conhecimento das altas autoridades do Judiciário e da Polícia Federal – é estar inteiramente provado, de acordo com documentos que estão vindo a público,que o País foi dominado por uma quadrilha de ladrões.

Na verdade, se todos os que se opõem a essa bandalheira tivessem a leviandade da Senhora Presidente da República, que os acusa de mentirosos, não haveria o menor futuro para este país.

Evidentemente, as mais graves ilações, as mais sérias conseqüências, as mais terríveis suspeitas podem ser tiradas de todas estas denúncias vindas a público. Fica a critério de cada cidadão e à consciência de cada brasileiro a incumbência de ficar meditando sobre as terríveis provações pelas quais a Nação passa, atualmente para a infelicidade de seu povo e para vergonha do País.

Não caíamos, absolutamente, nós que nos opomos a esta pouca vergonha, nessa armadilha infantil, nessa manobra ingênua que nos quer fazer de idiotas, nesse primarismo que é a de tentar colocar o problema, como se vem tentando, nos termos de polêmica entre oposição e governo, nos termos de uma controvérsia de ponto e contraponto, numa espécie de diálogo orquestrado entre o governo e população. Nós não nos prestamos a essa manobra simplória.

Nós queremos dizer face a face, frente a frente, em alto e bom tom, com a vista diretamente dirigida aos olhos do povo tudo aquilo que toda gente pensa, inclusive muitos membros da base governista. Temos o direito e principalmente o dever de dizer ao povo brasileiro que existe no governo deste país uma malta de criminosos e que os negócios da nossa República estão sendo conduzidos ou foram conduzidos até agora sob a guarda de celerados e pretendentes às cadeias.

É o que temos a obrigação de dizer, é o que nós todos diremos sob pena de grave omissão e de notória cumplicidade. Isso que denunciamos não é palavra da oposição, isso que dizemos é o clamor popular, isso que estamos falando não é desafio da ambição, isso que estamos propondo é o dever da humanidade, é o cumprimento inflexível da nossa obrigação.

Por isto, senhora presidente, eu falo a Dilma Rousseff. Eu lhe falo, como Presidente e, também, como mulher e lhe digo: lembre-se das incumbências e das responsabilidades que lhes foram outorgadas por mandato; lembre-se dos interesses nacionais que pesam, não sobre a sua ação somente, mas, sobretudo, sobre a sua reputação. Eu lhe asseguro: Presidente, houve um momento em que Vossa Excelência encarnou, de fato, as esperanças do povo; houve um momento em que Vossa Excelência, de fato, se irmanou com as aspirações populares.

Mas eu digo a Vossa Excelência: respeite o Brasil que repousa na sua autoridade; preserve a sua autoridade, sob a qual repousa o Brasil. Tenha a coragem de perceber que o seu governo é, hoje, um vazio imenso, observe que o seu palácio se tornou um reduto de uma sociedade em decomposição.

Erga os olhos para o seu destino e vislumbre as cores de nossa bandeira, e olhe para o céu, a cruz de estrelas, que nos protege, e veja se é possível restaurar a autoridade de um governo que se irmana com criminosos, como e possível restabelecer a força de um Executivo caindo nos últimos níveis de rejeição e desconfiança.

Senhora presidente Dilma Rousseff, eu lhe falo como chefe do governo. Reflita sobre sua responsabilidade político-administrativa e tome, afinal, aquela deliberação, que é a última que um presidente, na sua situação, pode tomar. E eu falo à mulher. E eu faloàa mulher Dilma Rousseff e lhe digo: lembre-se da glória de nossa Pátria, dos anseios de nossa gente. Lembre-se, mulher, de que em suas veias corre o sangue de um povo batalhador e não se acumplicie com os crimes dos covardes e dos traidores!

E digo à mulher, que é mãe, avó que tem uma filha, uma neta e uma mãe: pense nas famílias; lembre-se, se tem realmente o coração generoso, de estar sendo vista e rotulada pelos brasileiros como um ser indiferente ao sofrimento.

Presidente, é preciso levantar o coração de nossa gente, urge dar esperança aos homens e mulheres deste país. Eleve seu coração. E em nome do que há de mais puro e mais alto no coração deste povo tão generoso; lembre-se, pelas folhas e pelas flores que começam a brotar no princípio da primavera; e saiba que, ainda, é hora de mudar. Não se esqueça dos mais carentes, dos camponeses, dos operários e deste país, de todos seus homens e mulheres, e tenha a coragem de ser uma delas, não permanecendo no governo se não for capaz de exercê-lo em toda a sua plenitude!

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