Para fechar a lambança, alguém lembrou dos fundos de pensão das estatais, verdadeiras fortunas amealhadas com a poupança de dezenas de milhares de funcionários que todos os meses contribuíam com parte de seu salário, imaginando dispor de uma aposentadoria mais justa, complementar. Era o governo que designava os gestores desses fundos, tornando-se fácil que se dispusessem a aplicar o vasto montante sob seu controle onde o palácio do Planalto mandasse, como nas privatizações.
O escândalo estourou semana passada. Os fundos dos funcionários dos Correios, da Petrobrás, da Caixa Econômica, do BNDES, do Banco do Brasil e de muitas outras empresas públicas investiram em bancos falidos, obras inviáveis e aventuras descabidas, até no exterior, tudo por ordem lá de cima. Resultado: estão falidos. O dinheiro das aposentadorias sumiu. Os funcionários atuais precisarão contribuir com adicionais extras, também tirados de seus salários, para tentar a recuperação de seu futuro. O total do rombo ultrapassa os 30 bilhões de reais.
Trata-se de um logro monumental. Uma vigarice que nada fica a dever a mensalões e petrolões. Com a diferença de que a Polícia Federal e o Ministério Público não podem entrar nesse sistema fechado de previdência complementar. A lei dispõe que os fundos são investidores de longo prazo, correndo riscos como os demais. Azar de seus funcionários…
Carlos Chagas
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