"Se as pesquisas estiverem corretas, Bolsonaro será derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro ou no segundo turno. Entretanto, a diferença entre ambos está ficando mais estreita", afirma o editorial da revista, considerada uma das mais importantes publicações científicas em todo o mundo.
"Há temores de que Bolsonaro, conhecido por sua volatilidade e incitação indireta à violência, não sairá passivamente ", diz o texto, que ressalta as críticas do atual mandatário ao sistema eleitoral brasileiro.
"O gerenciamento desastroso de Bolsonaro da pandemia de covid-19 e seu desrespeito às mulheres, minorias étnicas, povos indígenas e ao meio ambiente são amplamente conhecidos. Em seu governo [...] a desigualdade e a pobreza aumentaram vertiginosamente, e o Brasil voltou ao mapa da fome."
"Correspondências publicadas na The Lancet descrevem como cientistas e instituições científicas vem sendo sabotadas. O Brasil precisa de mudança urgente", dizem os editores da revista.
"Se as previsões para as eleições no Brasil estiverem corretas, o país se juntará a outras nações latino-americanas onde existem esperanças renovadas de mudanças progressivas na sociedade". Como exemplo, a revista cita as eleições de Gustavo Petro, na Colômbia, "um ex-guerrilheiro que tomou posse em agosto"; e Gabriel Boric no Chile.
O editorial afirma que Petro e Boric se diferenciam dos demais líderes latino-americanos por incluírem em suas agendas os temas da sustentabilidade, proteção aos direitos das mulheres e a inclusão política das minorias étnicas.
"Há uma chance sem precedentes para novos começos na América Latina; uma oportunidade de realizar mudanças positivas para aliviar a negligência, desigualdade e violência aprofundadas. Esperamos que o Brasil opte por aproveitar essa oportunidade", concluem os editores.
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