São mercadores da morte, dispersores do vírus, charlatães com diploma de medicina, atravessadores de vacinas, os que roubaram o ar e o último fio de vida de quem agonizava numa cama de hospital em Manaus. Os que deixaram faltar anestésicos para intubação e obrigaram médicos e enfermeiros a amarrar pacientes como animais desesperados de dor. Os que riram de tudo isso. Os que celebraram um suicídio. Os que ajudaram a matar 580 mil brasileiros.
Os assassinos de indígenas, os incendiários de floresta, os que passam as boiadas, os que contaminam as águas, os que espalham venenos nos campos. Fabricantes de escombros sobre a ruína e as cinzas de árvores seculares. Vassalos do mercado, que subtraem a comida da mesa de pais e filhos, sanguessugas do dinheiro público, especuladores do desespero das famílias pobres, sem emprego e sem horizonte. Exterminadores do futuro.
Militares com seus uniformes cobertos de mofo e seus galardões de sangue, herdeiros da bestialidade dos porões, de Ustra e dos que explodiram bombas no Riocentro, na OAB e na ABI. Golpistas, sim. Terroristas, sim. E também argentários, aproveitadores da boquinha, farsantes do combate à corrupção. Amigos de milicianos e de operadores de rachadinhas e rachadões. Rambos excitados com um fuzil na mão. Criminosos do submundo digital, cantores sertanejos decadentes.
Traficantes da fé dos aflitos, pastores chantagistas de almas desalentadas, talibãs da cultura, dos livros, da ciência, que tentam nos arrastar para a penumbra de séculos passados, que só enxergam o mundo em rosa e azul. Devo ter esquecido alguém. Completem à vontade. Foi com essa gente que Bolsonaro atravessou o Rubicão. E faz tempo. Só não viu quem não quis.
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